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21 mai 2012

UMA HISTÓRIA TRISTE, PORÉM REAL


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FATO INCONTESTÁVEL
Quando a bolha imobiliária explodiu, lá em 2008, motivada pela super alavancagem do sistema financeiro americano e europeu, o Brasil se apresentou como um porto bem seguro para os investidores internacionais. Isto, no entanto, só foi possível porque à época o Brasil já colhia os frutos da importante reforma bancária, realizada ainda no governo FHC, cujas regras não mais permitiam aventuras com o dinheiro dos depositantes. Gostem ou não, isto é fato. Incontestável.
BOLA DA VEZ
Como o Brasil já integrava o bloco de países que formam o BRIC (assim definido, em 2001, pelo economista Jim O?Neill, do Goldman Sachs, em estudo intitulado -Building Better Global Economic BRICs), muita gente imaginou que a crise do subprime faria do Brasil a BOLA DA VEZ.
CONFIANÇA ASSEGURADA
Como os investidores dos países desenvolvidos estavam dominados pelo pânico, o que mais queriam naquele momento era encontrar um país cujo sistema financeiro fosse saudável. Nada era mais importante.Como o Brasil já havia se submetido a dois decisivos programas de saneamento bancário(PROER E PROES), a confiança pretendida e exigida pelos investidores internacionais estava plenamente assegurada.
PÍNCAROS DA GLÓRIA
Foi isto, aliás, que levou o governo Lula aos píncaros da glória, como se sabe. O mundo e os brasileiros menos capacitados passaram a acreditar, equivocadamente, que tudo aquilo que o Brasil oferecia de bom era obra da capacidade e inteligência do querido ex-presidente. Justiça seja feita: Lula é merecedor, sim, de aplausos. Principalmente porque manteve intacta a reforma macroeconômica realizada no governo anterior, que tanto ele quanto seus aliados sempre foram contrários.
QUESTÃO DE TEMPO
Como é possível enganar algumas pessoas por algum tempo, mas nunca por todo o tempo, passados quatro anos desde a deflagração da crise internacional, o Brasil mostra, agora, aos encantados de outrora, que a nossa realidade é outra. Como tudo nesta vida é uma questão de tempo, em breve esta mesma ficha acabará caindo, também, para os brasileiros dotados de excessiva ingenuidade.
DESENCANTO
Este desencanto, ou melhor, o encontro com a realidade, se tornou bem mais claro para os empresários de fora quando foram informadas pelos nossos governantes que seus produtos só poderiam ser vendidos no Brasil desde que fabricados aqui. Caso contrário, a tributação tornaria o consumo proibitivo.Esta decisão funcionou como a gota que extravasa o copo: foi aí que a cabeça dos empresários internacionais se abriu, definitivamente. Entenderam, claramente, que os governos Lula/Dilma, além de se recusarem a fazer as reformas que poderiam fazer do Brasil um país competitivo, ainda tinham dado por encerrada a curta era da boa Matriz de Desenvolvimento (globalizante), fazendo retornar a velha e danosa Matriz Nacionalista, responsável pelo atraso centenário do nosso pobre país.
MARCA PRÓPRIA
Tais atitudes mostraram ao mundo econômico duas facetas do nosso país: 1- O Brasil é adepto fiel do MERCANTILISMO; 2- As mentes dos nossos governantes foram destruídas pelo vírus ideológico social-comunista.
PRIMEIRO PAVOR
Os empresários teimosos, que resolveram aceitar o compromisso de investir no Brasil tiveram, então, a oportunidade de, ao vivo e em cores, constatar quanto é difícil empreender aqui. Começando pelo tempo que se leva para abrir uma empresa.
MARCAS REGISTRADAS
As demais marcas registradas do Brasil se apresentaram, a seguir: absoluta falta de infraestrutura, leis trabalhistas apavorantes, educação inexistente e/ou de péssima qualidade, justiça lenta (quando acontece), carga tributária elevadíssima, corrupção desvairada, burocracia inimaginável e infinitas coisas mais.
TERCEIRA DIVISÃO
Pronto. Com o prato cheio de obstáculos, esses empresários que até pouco tempo estavam deslumbrados com o nosso país, passaram a trocar informações mundo afora dizendo o quanto foram vítimas da ingenuidade e/ou precipitados na avaliação inicial sobre o Brasil. Agora já estão concluindo que detestamos desenvolvimento. O desejo do país é permanecer, definitivamente, na Terceira Divisão, junto com aqueles que insistem em permanecer no Terceiro Mundo.
SOBERBA
Esta é a história triste de um país que aos olhos do mundo chegou a ser considerado um dos novos Tigres da Economia Global por algum tempo. Um país, enfim, que tomado pela soberba e pela arrogância, não soube, mais uma vez, aproveitar os ventos e a onda do bom futuro.
GALINHA
Tudo não passou, portanto, de um sonho, de uma fantasia. O Brasil, por vontade própria, infelizmente, está voltando a ser um pobre gatinho, ou melhor, a velha e conhecida ave chamada galinha, cujo voo não passa de pulos desordenados.