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05 mar 2010

UFANISMO E ARROGÂNCIA


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AGOURENTO
Neste momento, o sujeito que ousar dizer que a economia brasileira já começa a enfrentar dificuldades passa a ser muito mal visto. Passa a ser tratado com antipatia e chamado de agourento, pessimista e, por consequência, do tipo que torce para que tudo dê errado.
O FUTEBOL COMO EXEMPLO
Isto prova o quanto nós brasileiros somos ufanos e arrogantes. O futebol explica muito bem este tipo de comportamento, de soberba. Para mostrar o quanto isto é uma verdade basta insinuar que um outro país, qualquer que seja, está jogando um futebol melhor do que o nosso. A casa, simplesmente, cai em cima do insinuante.
PAÍS DO PRESENTE
Desde o início de 2009, segundo as agências de notícias locais e internacionais, o Brasil deixou para trás o velho rótulo de País do Futuro. A crise mundial acabou por torná-lo o País do Presente, ocupando lugar de destaque na lista das grandes Nações mais confiáveis economicamente.
GRANDE CAMPEÃ
Com o corpo e a mente da maioria do povo cada vez mais cheios de arrogância, de soberba e ufanismo, já entendemos que não bastava ser melhor no futebol e no carnaval. A nossa economia, pelo que as manchetes mundo afora diziam, também deveria desfilar na passarela como grande campeã.
REFORMAS
Como o presente é o que realmente importa para os afobados, assim como entramos no ciclo da fartura de produção e de consumo movidos pela abundância de moeda e crédito, vamos encurtar o período de festas. Tudo devido à arrogância, que impede a realização das necessárias reformas. Reformas que poderiam dotar o país da pobre infraestrutura, além de torná-lo realmente competitivo.
TERCEIRO MUNDO
Se a crise mundial foi quem nos colocou em situação de destaque, na medida em que ela vai sendo debelada, sem as reformas o Brasil será jogado para o lugar onde sempre esteve: terceiro mundo. E, como sempre, vamos procurar os culpados fora das nossas fronteiras. Como primeira culpada teremos a China, já muito comentada. Mas, certamente, não faltarão aqueles que sempre culpam os EUA por tudo que deixamos de fazer.
PERDENDO FORÇA
Mesmo que venha a ser chamado de pessimista, ao menos serve de alerta a informação dada hoje pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), de que a recuperação econômica do Brasil perdeu força em janeiro, mês em que a economia mundial confirmou os sinais de retomada mostrados antes. O chamado indicador composto avançado, que serve sobretudo para marcar pontos de inflexão no andamento da conjuntura econômica, aumentou 0,8 ponto em janeiro em relação ao mês anterior no conjunto da OCDE, ficando 11,3 pontos acima da situação de um ano antes. No caso do Brasil, o indicador piorou 0,2 ponto frente a dezembro, mas se manteve 14,2 pontos acima do nível mostrado em janeiro de 2009.