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05 dez 2016

TRÊS ASSASSINATOS


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SEMANA DE ENLOUQUECER

Confesso que jamais imaginei como possível, numa só semana, ocorrer tantos acontecimentos ruins como vimos nesta última. O maior de todos, certamente, diz respeito à tragédia do voo da Chapecoense, que deixou todos brasileiros arrasados.

 


MAIS DUAS NOTÍCIAS

Pois, como se o desastre aéreo não fosse o bastante para deixar o povo amargurado e infeliz, mais duas notícias tornaram a semana arrasadora: 1- a maioria dos deputados federais tratou de desfigurar as 10 MEDIDAS DE COMBATE À CORRUPÇÃO; e, 2- dados extremamente preocupantes evidenciaram o quanto a nossa economia está longe de apresentar alguma melhora.

 


ASSASSINATOS

O que mais impressiona é que as três desgraças se configuram como legítimos assassinatos, cometidos de forma deliberada e/ou consciente por parte de seus responsáveis. Vejam:

1-A pane seca, que resultou na tragédia aérea, ocorreu por exclusiva decisão e vontade do piloto.

2- A votação da Emenda que arrasou com as 10 MEDIDAS foi pensada e executada por vontade dos deputados ficha-suja.

3- A crise econômica resulta de um plano planejado e desenvolvido, com muito foco, pelo PT, através da Matriz Bolivariana do Atraso. 

 


REVOLUÇÃO FRANCESA

O povo brasileiro, pelo comportamento que está manifestando nas Redes Sociais, mostra que está no limite da tolerância. E deixa bem claro que se alguém resolver mexer com o juiz Sergio Moro, aí o bicho vai pegar. Aliás, a situação brasileira está ficando parecida com aquela que deflagrou, em 1789, a Revolução Francesa. Na França também imperava extrema injustiça social, pois os impostos eram destinados para manter os luxos da nobreza.


CONSCIÊNCIA CÍVICA

Quanto à economia, sugiro que leiam a entrevista concedida pelo pensador Paulo Rabello de Castro, que preside o IBGE. Ao ser perguntado se a crise política continuará afetando a economia, eis o que o economista responde:

Muitíssimo. A pior coisa que poderíamos enfrentar hoje é um novo estado de desconfiança em relação à figura do presidente da República. Já foi muito ruim e triste que a presidente Dilma Rousseff tenha passado pelo que passou. Todos que temos consciência cívica lamentamos profundamente o limite a que seu governo chegou, de não conseguir nem organizar politicamente o país. De alguma forma, a organização do poder foi maltratada. Também hoje nós deveríamos evitar ao máximo contaminar a autoridade da Presidência com uma nova pauta de demolição nacional.

 


REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Perguntado se o presidente for afastado, mergulharemos em uma nova fase de crise econômica?

- Não precisamos desse cenário. Como colaborador do presidente, torço para que tudo se esclareça favoravelmente. Se nós temos senso no Brasil, que nós nos agarremos ao presidente e dele exijamos a ampliação da pauta de refundação da república. Não temos tempo a perder.

Em meio a essas dificuldades, é possível almejar uma reforma da Previdência?

Vai ser muito difícil passar qualquer coisa que não seja o reajuste das idades. E se for [aprovado]. Vamos ampliar a idade de acesso ao benefício, ajustar a equação previdenciária, mas isso não é repactuar a Previdência. O que seria o certo a fazer.

Mas está demorando demais. Anunciar que uma tal reforma vai mexer com os direitos e não esclarecer que os "aposentáveis" não sofrem perdas em decorrência disso é grave e traz sérias consequências para nós.

No IBGE, vamos perder mais de 300 funcionários no próximo ano, devido à aposentadoria. Eles estão virando 400 em razão do lero-lero de uma Previdência que vai machucar o interesse dos aposentados.


JUROS

 Em que estágio estamos nesta recessão?

- Ainda estamos regredindo. E, se olharmos à frente, vemos projeções menos favoráveis do que há seis meses. À medida que os meses de 2016 foram avançando, foi ficando claro que a reversão do processo recessivo será mais lenta e mais penosa, do ponto de vista do que mais nos interessa, que é a recuperação do emprego. Portanto, o quadro não é bom.

A recessão vai se estender até 2017?

Essa recessão é um bicho diferente, que deveria suscitar um debate especial. Porque algo de muito ruim pode estar acontecendo na configuração das forças produtivas, uma disfuncionalidade entre os fatores de produção.

Nós não conseguimos fazer esse time jogar bem. Veja a seleção brasileira, uma rearticulação na cabeça do técnico fez emergir com os mesmos jogadores um outro time. Esse é o milagre que eu esperaria do governo. Não podemos trocar os jogadores.. Algo há de errado na disposição desse time. As empresas entram mal em campo, as pessoas são desempregadas. Todos ficam desesperançados, a produtividade geral cai e o governo gasta demais, cobrando de todos para cobrir a gastança.

Enquanto isso, outro grupo de teorizadores diz que, para que o mundo não caia sobre nossas cabeças, temos que praticar a taxa de juros mais elevada do mundo, pois esse é o remédio universal. Para mim, isso e tratamento numa clínica vodu são o mesmo.

A culpa é dos juros do Banco Central?

É uma abordagem estrutural, que existe praticamente desde a estabilização [em 1994]. A taxa de juros é um remédio muito sério, que deveria ser usado por um período intensivo e muito curto.. Não por décadas seguidas. O resultado é que, de 1999 até hoje, a dívida pública está quase duas vezes superior ao que poderia estar se estivéssemos praticando uma taxa de juros neutra.

Isso sustenta um rentismo financeiro e faz com que a sociedade precise ser reeducada para o compromisso de trabalhar. Trabalho no Brasil é opção de último caso. As filas preferenciais são as do subsídio e as do privilégio.