REPRESENTANTES???
Quem acompanha as constantes manifestações sindicais, geralmente de forma bastante agressiva, já deve ter percebido que, sem exceção, aquilo que as corporações criticam e condenam é tudo que o Brasil, os Estados, os Municípios e, principalmente, os cidadãos precisam para crescer e se desenvolver.
TIRA-TEIMA
Isto significa, de forma totalmente inequívoca, que se alguém tem alguma dúvida quanto a uma lei ou regra que está sendo proposta, basta verificar como reagem os sindicalistas. Pronto. A dúvida já acaba ali, pois as corporações, que guardam brutal coerência com o atraso, fazem o legítimo papel de TIRA-TEIMA.
IMPOSTO SINDICAL
Aliás, a maior prova do quanto os sindicatos não estão nem aí para o que pensam os sindicalizados está no IMPOSTO SINDICAL, ou seja, a OBRIGAÇÃO, prevista no artigo 579 da CLT, que todos os trabalhadores assalariados têm de pagar a quantia equivalente a UM DIA DO SEU SALÁRIO a um sindicato. Mesmo que parte do dinheiro desse imposto vá para sindicatos de fachada, que não defendem em nada os interesses da classe trabalhadora. Pode?
LIBERDADE...
Ora, se a própria CUT (entidade que congrega sindicatos afinados com seus propósitos) entende que todo trabalhador deve ser LIVRE para escolher seu sindicato, por que não propõe o mais importante, ou seja, que todos tenham a LIBERDADE de pagar ou não para garantir a sustentação financeira do seu sindicato?
BOBAGENS
Como a economia brasileira só conseguirá crescer e se desenvolver se for capaz de se livrar das poderosas amarras que impedem o aumento de empregos e de empregadores, não há como levar à sério as bobagens que os sindicalistas estão pregando contra, por exemplo, a LEI DE TERCEIRIZAÇÃO, a REFORMA DA PREVIDÊNCIA e a REFORMA TRABALHISTA. Aceitar o que estão dizendo os sindicalistas é querer que tudo fique ainda pior do que já está.
REMENDO INFELIZ
A rigor, a palavra REFORMA já deveria deixar de ser pronunciada e/ou escrita no que diz respeito à PREVIDÊNCIA. As corporações, ajudadas pelo espantoso silêncio dos governadores e prefeitos (que deixaram o governo federal sozinho nesta empreitada) acabaram com a possibilidade de haver uma reforma. E, pelo que tudo indica, a TRABALHISTA terá o mesmo destino, lamentavelmente. No máximo, o que veremos será um remendo infeliz.
MOTIVAÇÃO
A propósito, como bem sustenta o pensador Darcy Francisco dos Santos, a decisão do presidente Temer de retirar os servidores públicos estaduais e municipais da reforma da Previdência, repassando a competência que hoje é da União para Estados e municípios, poderia ser uma boa medida se a motivação fosse de caráter técnico. Os Estados do Norte e Nordeste, mais pobres e com expectativa de vida menor, poderiam dar um tratamento diferenciado a seus servidores.
Mas o que ocorreu foi uma decisão política, decorrente da pressão das corporações de servidores e dos políticos locais, por medo de se desgastarem para o pleito do ano que vem.
Por mais necessária que seja a reforma em nível federal, onde os déficits do Regime Geral e o dos servidores atingiram R$ 227 bilhões em 2016, são os Estados e municípios que mais necessitam dela, devido à maior precocidade das aposentadorias de seus servidores.
RS
No RS, por exemplo, metade dos servidores se aposenta com idade mínima de 50 anos e uma quarta parte não tem nem essa exigência. Nos demais Estados não é muito diferente.
Muitas pessoas acham que se trata de um benefício aos servidores, quando é exatamente isso que está achatando seus salários. Estudo recente do economista José Francisco Afonso mostra que o Estado do RS é o que mais gasta com servidores inativos em relação à receita, mas é também o que despende menos com servidores ativos, prejudicando estes e a sociedade que não recebe os serviços necessários.
Metade dos Estados despende com previdência entre 16% e 34% da sua receita líquida e os que mais gastam nesse item são exatamente os que estão em pior situação financeira: RS, RJ e MG.
Quanto aos municípios, o superávit na conta previdência é uma questão de média. Há vários municípios no RS que, para cobrir o déficit no regime próprio, editaram leis criando uma alíquota suplementar, em muitos casos superiores a 20%, durante 30 anos ou mais. Isso é, com certeza, impagável. Esses servidores terão dificuldade para receber sua aposentadoria no futuro.
Estados e municípios, pela proximidade dos interesses em jogo, que são contraditórios, não terão condições de fazer uma reforma adequada, o que vai ocasionar uma grande quebradeira.