DIFICULDADES PARA EXPLICAR
O governo está enfrentando enormes dificuldades para explicar aos sindicatos e à sociedade em geral, que o valor máximo para o Salário Mínimo do país não pode exceder em R$ 545,00. Vejam, por exemplo, três problemas:
REAJUSTE
A primeira dificuldade é quanto ao percentual de reajuste, considerado insignificante, zero, se comparado com o aumento suculento, inescrupuloso e desproporcional, de mais de 70%, que os deputados e senadores se concederam.
ROMBO DA PREVIDÊNCIA
A segunda encrenca reside no aumento brutal do magnífico rombo da Previdência Social (entenda-se aí o RGPS ou, simplesmente, INSS) que o reajuste do Salário Mínimo proporciona. Como o governo não admite falar em reforma da Previdência, a cada reajuste mais cresce o buraco. O fato é que, ao se aposentar, o indivíduo entra na Folha de Pagamento do governo. Este, por sua vez, paga os proventos com o dinheiro dos contribuintes de impostos e não dos contribuintes dos planos de previdência. Pode?
MUNICÍPIOS
Já a terceira diz respeito aos municípios. Segundo estudo feito pela Confederação Nacional dos Municípios, caso o valor do mínimo fique em R$ 545,00, o impacto na folha de pagamento do conjunto de municípios brasileiros será de R$ 1,3 bilhão. Alguém vai pagar esta conta, não?
LÓGICA DE RACIOCÍNIO
Observem o seguinte: enquanto uma minoria de trabalhadores ganha o mínimo, a maioria dos aposentados, ao contrário, recebe o Salário Mínimo.A lógica do raciocínio, que não é o forte dos políticos, e muito menos dos governantes e sindicalistas, é que Salário Mínimo é coisa de país atrasado, de subdesenvolvido.
PISO SALARIAL
Já em ambientes frequentados por pessoas inteligentes o que existe é Piso Salarial, cujos valores são discutidos e negociados entre empregados e empregadores via seus sindicatos.
RELAÇÃO DIRETA
Concluindo: em país decente, desenvolvido, a Previdência nada tem a ver com Salário Mínimo. Os proventos das aposentadorias são frutos dos planos escolhidos e adquiridos por quem está na ativa. Trata-se portanto, de uma relação direta entre o custo da contribuição com o valor do provento a ser recebido no futuro. Sem essa, portanto, de mínimo.