DRAMÁTICA
Se a situação financeira de vários Estados tem tudo para ser chamada de complicada, a do RS, para desespero dos gaúchos que entendem do assunto, é, simplesmente dramática. A ponto, inclusive, de fazer com que eventuais candidatos ao governo do Estado simplesmente desistam de concorrer.
RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA
Confesso que ainda não entendi a razão pela qual o governador Tarso Genro está implorando pela renegociação da dívida do Estado junto à União, como manifestou à presidente Dilma no último final de semana, em Porto Alegre, sem conseguir esconder o seu desespero.
SEM BOA VONTADE
Ora, qualquer negociador com pretensão de obter algum êxito em qualquer tipo de negociação, certamente precisa acenar com alguma coisa em troca. Ou seja, algo que mostre, realmente, a existência de uma efetiva manifestação de boa vontade.
MAIOR PERCENTUAL ENTRE OS DEMAIS ESTADOS
Como o RS é o Estado da Federação que apresenta, de forma disparada, o maior percentual de dívida sobre a receita (2,18 vezes), se não houver uma mudança drástica nas contas públicas a simples renegociação do endividamento não trará benefícios satisfatórios para o RS.
DUAS PROPOSTAS
Estou certo de que, se o governador estivesse realmente interessado em renegociar a dívida do Estado, para manifestar alguma boa vontade deveria apresentar um plano com, no mínimo, duas propostas:1- um conjunto de reformas capaz de estancar as despesas consideradas engessadas pela Constituição do Estado; 2- vender (privatizar) todos os ativos públicos (principalmente o Banrisul) e, com os recursos obtidos, tratar de reduzir o endividamento.
RESULTADO
Só estas duas providências, além de altamente estimulantes para que o governo federal se decida pela renegociação de dívida do RS, tem outro efeito importante: criariam um ânimo incrivelmente positivo para a atração de novos investimentos para o Estado.
PLANTIO E COLHEITA
A encrenca, do jeito que está posta, evidencia que o governo do RS, além de não dispor de um tostão para investir, também não consegue atender, minimamente, aquilo que os impostos deveriam financiar. Chamo a atenção, por exemplo, para aqueles que ainda estão vibrando com o fechamento das praças de pedágio no RS, que, como bem disse o empresário Jorge Gerdau, o governo não tem dinheiro para investir na melhoria das rodovias. Se a falta de recursos em rodovias tem o significado do plantio; os buracos significam a colheita.