JORNAIS E REVISTAS
Alguns jornais e revistas de países de primeiro mundo já estão revendo suas opiniões a respeito do Brasil. Ainda que continuem elogiando a nossa política macroeconômica, cujo papel para o enfretamento da crise financeira mundial foi determinante, o novo propósito é de informar seus leitores que boa parte do sucesso de Lula se deve à herança econômica deixada pelo governo anterior.
TRAJETÓRIA
Entretanto fazem questão de dizer que as loas proferidas ao nosso presidente e sua forma de governar foram precipitadas. E já começam a se perguntar sobre o destino do nosso país depois que tomaram conhecimento da trajetória petista-nacionalista-comunista que estamos trilhando, ao lado de vários países identificados com o estilo bolivariano de governar.
EL PAÍS
O jornal El País, da Espanha, por exemplo, foi o primeiro a se penitenciar publicamente. Nos últimos meses, em diversos artigos publicados falou dos equívocos que cometeu por não conhecer a fundo a realidade política e econômica do Brasil, principalmente quanto à preferências pelo neocomunismo latino, como consta no PNDH3.
THE ECONOMIST
A revista britânica - The Economist - na edição desta semana diz aos seus leitores o quanto errou por ter elogiado apressadamente, ao longo de 2009, o governo petista. Depois que seus repórteres e comentaristas foram mais a fundo, a revista precisou admitir que fora vítima de um terrível engano. Para corrigir o equivoco a revista publicou um artigo onde põe em dúvida o futuro do Brasil diante do crescimento do Estado na economia, com o papel mais forte assumido por empresas estatais após a crise. A pressão para reinventar estatais, segundo a correta observação do The Economist, demonstra que este governo ignora o sucesso da privatização.
WALL STREET JOURNAL
Já o Wall Street Journal de ontem, através da sua editoria de finanças, assinalou que o entusiasmo pelo Brasil dever ser contido, embora diga que o Brasil melhorou em relação ao que era em meados da década de 90, quando hiperinflação alimentou caos nacional. O crédito por controlar os preços, entretanto, deve ir para o ex-presidente FHC, cujo governo implementou o Plano Real.
CANAL LIVRE
Um dos momentos mais melancolicos do programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, foi quando o presidente lamentou pelo fim da CPMF. Pensei que ali estava o grande momento para os entrevistadores romperem o silencio até então muito constrangedor. Nada.
SLÊNCIO DOS COMPROMETIDOS
O silêncio ficou ainda mais comprometedor porque na semana anterior foram ao ar várias reportagens mostrando o elevado peso dos impostos sobre os medicamentos. E nem isso conseguiu fazer com que os maus entrevistadores reagissem. Deixaram claro que só gritam, e bem alto, quando as autoridades estão ausentes, bem longe das câmeras. Ora, uma vez constatado que qualquer remédio, pelo efeito tributário, custa 50% menos em Portugal, por exemplo, qual a razão para falar ou reeditar a CPMF? Será que a elevada carga tributária sobre os medicamentos não basta para impedir que se fale nesse indecente Imposto para a Saúde? Algo há com esses entrevistadores. Ficaram mudos.