VONTADE DOS DITADORES
Greve, em qualquer país que se considera minimamente DEMOCRÁTICO, é um direito. No Brasil, onde a democracia não passa de um arremedo, é um dever.Isto significa, como pode ser constatado nas ruas do país todo, que não tem essa de não aderir à paralisação. Todos devem se render à vontade dos ditadores grevistas. Pode?
EM CONDIÇÕES NORMAIS
Em condições normais de temperatura e pressão, o empregado que se dispõe a aderir a um movimento grevista é porque acredita que o protesto pode, no seu modo de ver, resultar em melhora na sua vida profissional e/ou em alguma coisa mais que lhe incomoda.
PARA PIORAR
No Brasil, no entanto, a greve de hoje, que atinge o país como um todo, o propósito da CUT e da Força Sindical é outro: piorar ainda mais o que já estava ruim. Senão vejamos:Na pauta comum das entidades consta, entre vários pleitos: 1- REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO PARA 40 HORAS SEMANAIS, SEM REDUÇÃO DE SALÁRIO; e2- FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO.
CUSTO-BRASIL
Ora, se o CUSTO-BRASIL já é imenso, o que impede a nossa competitividade, basta atender as duas reivindicações para decretar a falência da produção brasileira. Se a situação, do jeito que se encontra, já está encrencada, imaginem como ficaria se o governo atendesse esses dois pedidos dos grevistas.
REFORMAS
Infelizmente, nem o povo brasileiro e muito menos as suas entidades representativas (todas) se mostram dispostas à enfrentar os problemas que estão matando o país. O Brasil, mais do que sabido, clama por cirurgias profundas. Uma, por exemplo, para estancar a hemorragia financeira provocada por rombos fantásticos na Previdência Social. Já na área Trabalhista, a legislação é arcaica e altamente prejudicial ao emprego e renda.
FATOR PREVIDENCIÁRIO
Exigir, portanto, o fim do Fator Previdenciário, significa tão somente aumentar o rombo. Insisto: de nada adianta mexer na consequência deixando intacta a causa. A Previdência precisa ser reformada para deixar de ser deficitária. Do jeito que os sindicatos querem é torná-la ainda mais inviável.
REDUÇÃO DA JORNADA
Quanto à exigência da Redução da Jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário, é tornar qualquer atividade ainda mais cara e/ou inviável no aspecto competitivo. A INDÚSTRIA brasileira, como se sabe, só tem ocupado os noticiários para mostrar o quanto não para de definhar e desempregar; e dentro de poucos dias a bola da vez do desemprego ficará por conta do COMÉRCIO, que nos últimas semanas vem mantendo as portas mais tempo fechadas do que abertas. Sem contar o prejuízo com os atos de vandalismo.