DESCRENÇA
O quadro que venho pintando, sempre de forma clara, responsável e até muito repetitiva, mesmo na visão de gente mais esclarecida ainda é visto com certa descrença, infelizmente. Principalmente, quando me refiro à séria situação enfrentada pela falida Previdência Social.
INSULTOS E XINGAMENTOS
Neste ponto percebo o quanto estou falhando na minha tarefa de comunicador. Ao invés de obter uma necessária compreensão de que é preciso reformar a Previdência, com urgência, muitos leitores inconformados, imaginando que sairiam prejudicados com as mudanças, botam pra fora os mais diversos insultos e xingamentos.
MINIMAMENTE JUSTA
Com o raciocínio totalmente bloqueado pelo desconhecimento sobre o assunto, não percebem que a Previdência Social não pode, nem deve, existir para onerar os cofres públicos. Precisa, isto sim, ser minimamente justa e auto-sustentada. Ou seja: cada cidadão deve adquirir, de acordo com o seu interesse, o plano de aposentadoria que melhor lhe aprouver.
SOCIEDADE EMBRIAGADA
Embriagada pelas notícias sobre o desempenho da economia brasileira, principalmente no primeiro semestre deste ano, a sociedade dá sinais claros de que está satisfeita. Não conseguir enxergar, portanto, o cenário que se mostra cinzento face aos rombos incessantes da Previdência Social, para ficar só por aí.
SÓ NO BRASIL
Na semana passada, para quem não tomou conhecimento, até o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, resolveu sair do armário por um minuto para dizer que é preciso fazer mudanças urgentes na Previdência. E citou algumas situações que só existem no Brasil, mas que já deveriam ter sido mudadas há cinquenta anos atrás, como por exemplo: 1- o aumento da idade mínima para aposentadoria;2- a unificação dos regimes dos servidores públicos com o Regime Geral;3- A continuação da contribuição previdenciária dos servidores inativos. Independente dos itens acima, os mais recentes, segundo a lógica e o próprio ministro, são o desconforto em relação ao acúmulo de benefícios, que praticamente também só existe no Brasil, e as pensões herdadas por cônjuges.
ESTUDOS E MAIS ESTUDOS
Gabas, tenho certeza, é mais um de todos os ministros que já ocuparam a Pasta, a encomendar estudos internos na Previdência para ter números que possam dar respostas sobre qual caminho seguir. Como se não soubesse de tudo.
RETRATO
Fato é que mais uma vez a atual expectativa é idêntica às anteriores: o retrato da situação é muito ruim. Enquanto o levantamento não sai, o ministro empurra, como os anteriores, o assunto com a barriga. E não se compromete com posições, embora mostre alguns sinais sobre sua visão ao citar exemplos.
ANUÁRIO DA PREVIDÊNCIA
De acordo com o anuário da Previdência de 2008, o mais recente disponível, 3,7 milhões de pessoas recebiam naquele ano pensões por morte de cônjuge, companheiro ou ex-cônjuge - a maioria significativa é de mulheres (3,4 milhões). O total de pagamentos previdenciários por morte - incluindo filhos, pais, irmãos, além do próprio cônjuge - é feita a 6,5 milhões de beneficiados e o número geral de benefícios do INSS é de 23,1 milhões. Pode?