INJUSTIÇA SOCIAL
Para não fugir do costume, e por representar aquilo que mais existe em termos de INJUSTIÇA SOCIAL praticada de forma incessante no nosso pobre país, o Ponto Crítico volta a tratar do tema PREVIDÊNCIA SOCIAL. Volto a lembrar que a Previdência Social do Brasil, por absoluta falta de administração e por total desgoverno, não consegue se sustentar pelas contribuições de empregados e empregadores (não é, portanto, autossustentável).
ROMBO ASTRONÔMICO
Assim, ano após ano, e por muito anos, a sociedade se obriga a pagar uma ALTA CARGA TRIBUTÁRIA, cuja maior parte é destinada para cobrir o interminável ROMBO ASTRONÔMICO da Previdência, do qual mais da metade é constituído por privilégios absurdos consentidos pelo governo.
PAPEL DE CARTEIRO
O mais dramático é que quando este assunto entra na pauta do Ponto Crítico, a maioria dos privilegiados fica desesperada. Muitos, simplesmente não aceitam os números que, de antemão, são oficiais. Pior: ficam furiosos comigo, que faço exclusivamente o papel de CARTEIRO, ou seja, aquele que entrega aos leitores/assinantes o valor da fatura das contas cheias de barbaridades.
DADOS OFICIAIS DO ROMBO
Pois, na CARTA que entrego na edição de hoje constam, exclusivamente, os dados OFICIAIS pesquisados pelo incansável Pensador (membro do PENSAR+!) prof. Ricardo Bergamini, que expõem o fechamento triste das contas da Previdência de 2012. Eis o tamanho e os tipos de absurdos: Em 2012 o déficit (ROMBO) previdenciário pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi de R$ 42,4 bilhões (0,96% do PIB) e do déficit previdenciário do setor público federal pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) foi de R$ 56,3 bilhões (1,28% do PIB), totalizando no ano 2012 déficit previdenciário de R$ 98,7 bilhões (2,24% do PIB).
RECEITA/DESPESA DO RGPS
Em 2012 a receita previdenciária pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi de R$ 276,4 bilhões (6,28% do PIB) em contribuições de empresas e parte patronal de algumas prefeituras (11,9 milhões de contribuintes) e de empregados e autônomos ativos da iniciativa privada e de empregados de algumas prefeituras (53,7 milhões de contribuintes). A despesa previdenciária dos benefícios pagos aos 25,5 milhões de aposentados e pensionistas, com salário médio de R$ 906,89, foi de R$ 318,8 bilhões (7,24% do PIB), fazendo com que o resultado previdenciário tenha sido negativo em R$ 42,4 bilhões (0,96% do PIB).
RECEITA/DESPESA DO RGPS
Em 2012 a receita previdenciária pelo Regime Próprio de Previdência Social da União (RPPS) das contribuições dos 1.235.709 servidores ativos do governo federal (884.968 civis e 350.741 militares), com salário médio mensal de R$ 8.307,76, foi de R$ 25,0 bilhões (0,57% do PIB). A despesa previdenciária dos benefícios pagos aos 1.015.333 servidores aposentados e pensionistas do governo federal (722.905 civis e 292.428 militares), com salário médio de mensal de R$ 6.673,49 foi de R$ 81,3 bilhões (1,85% do PIB), fazendo com que o resultado previdenciário tenha sido negativo em R$ 56,3 bilhões (1,28% do PIB).
DOIS FATORES
Como pode ser visto, revisto e constatado de forma absoluta e inquestionável, o ROMBO anual e interminável é fruto de dois fatores: desgoverno e/ou do desinteresse em acabar tanto com o sistema de repartição (passando para a capitalização), quanto com os incríveis privilégios. Alguns revoltados até podem não gostar do que está sendo mostrado. Sabem, no entanto, que é injusto em todos os sentidos.