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07 abr 2011

OS LUSITANOS


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JOGOU A TOALHA
Ontem, finalmente, depois de muito ti-ti-ti, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, que já havia jogado a toalha pedindo demissão do cargo, oficializou o grito de socorro financeiro à União Européia e ao FMI.
TERCEIRO PAÍS
Pelo valor da ajuda financeira solicitada, estimado em 80 bilhões de euros, Portugal já é o terceiro país da zona do euro a passar o chapéu esmolando ajuda dos parceiros da Comunidade.
CORTE NEGADO
A pergunta mais importante, no entanto, é: - Por quê foi feito o tal pedido de socorro? A resposta é simples: porque, assim como acontece no Brasil, o Parlamento português também não aceita fazer ajuste fiscal. Assim, os cortes das despesas públicas, para quem ainda não sabe, foi negado.
EMPRÉSTIMO DO BRASIL
É oportuno lembrar que na semana passada, como foi amplamente noticiado, a presidenta Dilma Rousseff chegou a anunciar que o Brasil pode emprestar dinheiro a Portugal. Como muita gente não imagina de onde sairia este dinheiro entraram em pânico dizendo que, se recursos existem, por que não são usados para as nossas necessidades, que não são poucas?
RESERVAS
Antes de tudo é preciso entender que, assim como Portugal já foi por muitos e muitos anos credor do Brasil, nada impede, embora o inusitado, que o Brasil possa ser credor de Portugal. Além do mais temos muitas reservas que precisam ser rentabilizadas. Portanto, empréstimos, para quem dispõe de recursos para tanto, podem ser feitos sem qualquer problema desde que o negócio seja rentável e as garantias oferecidas tenham boa liquidez.O que não pode é o Brasil simplesmente ficar orgulhoso porque pode emprestar e, só pelo fato de ser credor, simplesmente deixar de exigir garantias boas e suficientes.
GENÉTICA
O que me parece mais importante é que Portugal, assim como o Brasil, que também não admite, em hipótese alguma, fazer cortes de despesas e/ou enfrentar programas de enxugamento, consiga pagar suas dívidas. Ninguém pode esquecer que a genética lusitana embarcou para o Brasil no período colonial.
FORA, BRASIL IMPERIALISTA!
Como o Brasil paga um preço alto pelo carregamento das reservas, face às emissões de títulos que precisa fazer a cada dólar comprado pelo BC, cuja remuneração é feita pela Selic, qualquer aplicação ajuda para aliviar o custo do estoque. Entretanto, uma coisa já estou antevendo: os portugueses, por ter a mesma genética dos brasileiros, tem tudo para usar o velho argumento feito aqui contra o FMI. Por isso, ouço, lá na frente, a voz rouca do povo lusitano exigindo além de uma auditoria da dívida o grito: Fora Brasil Imperialista! Que tal?