BATE-PAPO INFORMAL
Ontem, em almoço informal com um grupo de amigos, o tema que norteou o nosso bate-papo foi a decisão do FED, (BC dos EUA), que resolveu manter a taxa de juros prime entre 0% e 0,25%, até 2013. Tal propósito, como se sabe, visa reanimar a fraca economia norte americana.
DECISÃO DO FOMC
Ao comparar as taxas do FED com a nossa taxa Selic (hoje em 12,50%), que vem aumentando sistematicamente, todos concordaram que a decisão do FOMC (COPOM americano) tem tudo pra continuar pressionando a nossa taxa de câmbio.
TAXAS ATRAENTES
A razão para tanto é pura e simples: o governo brasileiro oferece taxas extremamente atraentes para quem estiver disposto a investir nos nossos títulos públicos. Mesmo levando em conta que a nossa taxa de risco (rating) esteja com nota BBB, segundo a agência Fitch.
REDUÇÃO IMPOSSÍVEL
Para dar um basta nisso, parte do grupo começou a defender uma redução drástica da nossa taxa de juros. Foi quando resolvi fazer, mais uma vez, a seguinte advertência: caso o governo adote a sugestão, ainda assim não poderia ir além de um limite, em torno de 8% ao ano. O que não impediria, em hipótese alguma, a entrada de dinheiro no Brasil, em busca de grandes retornos.
POR LEI
Este limite preocupante, sobre o qual já me referi aqui, é o seguinte: POR LEI, os depósitos das Cadernetas de Poupança, assim como as aplicações em Letras Imobiliárias, são remunerados com juros fixos de 6,17% ao ano, mais a variação da TR. Com um fantástico detalhe: livres de imposto de Renda.
TR
Ah, como a TR reflete um pedaço da inflação, coisa que não tem cessado no Brasil, a remuneração fica ainda mais alta.Pois, tão logo encerrei a minha advertência perguntei: alguém vai aceitar que seus depósitos nas cadernetas, investimentos em LI e planos de aposentadoria deixem de receber esses juros, fixados por lei, quando a taxa Selic cair para 3% ou 4% como pretendem?
QUE PAÍS É ESSE?
O curioso é que, antes de concluir a pergunta, a mesa já estava praticamente vazia. Alguns saíram correndo, alegando compromissos e/ou necessidade de voltar ao trabalho. Principalmente àqueles que, no início do almoço exigiam uma redução drástica da taxa Selic.Ainda bem que cada um pagou a sua conta. Ufa! Que tal? Que país é esse, gente?