REFORMAS POSSÍVEIS
Movido exclusivamente pela necessidade, jamais pelo convencimento, o parlamento grego cedeu. Com isto, para felicidade do Bloco Europeu e, principalmente da própria Grécia, o governo daquele belo país está conseguindo abrir caminho para fazer as reformas que tanto necessita.
DÚVIDA
Se as mudanças vão acontecer como é preciso e como manda o figurino ainda é uma dúvida. Entretanto, a aprovação dos cortes de despesas é a condição mínima e indispensável para que a Grécia obtenha a ambicionada ajuda financeira de 130 bilhões de euros.
AUMENTANDO A TRAGÉDIA
Pois, enquanto o enérgico regime de emagrecimento das contas públicas é aprovado no parlamento, novos e impressionantes rombos vão sendo produzidos a céu aberto. Desta vez, por milhares de vândalos, que não querendo perder privilégios estão indo à ruas para aumentar ainda mais a já fantástica tragédia grega.
NOVO EMPRÉSTIMO?
Ora, tomando por base os atos de vandalismo praticados só nesses últimos dias, cuja destruição é impressionante, não é de se duvidar que o governo grego precise de um empréstimo adicional junto aos órgãos financeiros internacionais.
CALOTE
Até porque, os 130 bilhões de euros que estão sendo pleiteados tem como destino o pagamento das dívidas públicas da Grécia, cujo desconto previsto (calote) é de, no mínimo, 50% do valor. Não estão previstos, portanto, gastos com a reconstrução dos estragos.
CHEIRO DE MADEIRA
Diante da situação e, principalmente do que informa a história, estou convencido de que os gregos vão aprontar mais uma. Sinto um forte cheiro de madeira no ar, como se um novo cavalo grego estivesse sendo construído, cuidadosamente, para ser presenteado.
RECHEIO
A mesma ingenuidade que os europeus mostraram quando resolveram criar o euro, de não impor regras necessárias de responsabilidade fiscal, pode se repetir. Caso os gregos façam o mesmo que fizeram com Tróia, aí outros países europeus vão se dedicar a construir cavalos. Só que desta vez o recheio será outro: cada um colocará dentro dos bichos, o máximo possível de títulos de dívida pública. A conferir.