INCENTIVOS FISCAIS
Incentivos fiscais temporários são sempre muito traiçoeiros. No momento em que são decididos e lançados, dependendo do impacto que oferecem para dinamizar a economia são recebidos com muita festa. Entretanto, quanto mais se aproxima o encerramento do prazo das vantagens fiscais concedidas, maior a desconfiança e, consequentemente, o desânimo de quem produz.
ABISMO FISCAL AMERICANO (FISCAL CLIFF)
Como as vantagens fiscais concedidas à economia dos EUA na década passada, ainda no governo Bush, estão com os dias contados (vão vencer em janeiro de 2013), a preocupação é geral. Ou seja, a encrenca está mexendo com os nervos do mundo todo, praticamente, e não só na cabeça dos americanos.
PRATO CHEIO
Pelo que reza o acordo firmado lá atrás, o valor a ser retirado da economia, em 2013, é algo como 600 bilhões de dólares. Ora, diante da tênue e inicial recuperação da economia dos EUA, que deve fechar 2012 com crescimento de 2% (mais do que o PIB brasileiro, que espera crescer 1,5%), o fim das isenções é um prato cheio para provocar um ambiente altamente recessivo.
INDÚSTRIA NO BRASIL
Pois, enquanto o governo americano se debruça sobre esta importante questão econômica, vejam o que se passa no nosso Brasil: olhando para o calendário faltam apenas 40 dias para o encerramento de 2012. Para a indústria, entretanto, este prazo é ainda menor: mal chega a 30 dias. Sim, porque nas semanas do Natal e Ano Novo a maioria das empresas industriais concede férias coletivas, com retorno previsto para a primeira (ou segunda) semana de janeiro de 2013.
PIBINHO
Assim, o PIB brasileiro, que segundo previsão do governo Dilma (que tem a mentira como maior característica) deveria crescer entre 4% e 4,5%, mal e porcamente, e com as calças nas mãos, deve fechar 2012 com apenas 1,5% positivos.
NOVA MENTIRA
Só para recordar: em setembro passado, já sem possibilidade de continuar mentindo a equipe econômica do governo não teve outra alternativa senão admitir um crescimento pífio para 2012. Mas, imediatamente, tratou de afirmar que, para 2013 já está certo e garantido que a economia brasileira crescerá 4,5%. O curioso é que desde 2011, quando o PIB apresentou uma taxa de crescimento de apenas 2,7%, o governo havia anunciado esta mesma taxa (4,5%). Pela lógica de raciocínio, o que deve acontecer em 2013 não deve ser diferente do acontecido em 2011 e 2012. Basta observar o que está acontecendo nestes últimos meses.
NOVO DISCURSO
Influenciados por boa parte da mídia comprometida e pela equipe econômica do governo Dilma, muita gente comprou o discurso de que a economia brasileira, depois de ficar um bom tempo estacionada, já começava a dar sinais de recuperação. Na realidade, pelo que revelam os últimos números da indústria, a coisa está piorando. Segundo informa o IBGE, a maioria dos Estados patina e não consegue sair do negativo: Goiás (-2,9%), Rio de Janeiro (-2,7%), Paraná (-2,6%), Santa Catarina (-2,2%), Espírito Santo (-1,9%), Ceará (-1,6%), Minas Gerais (-1,4%), Amazonas (-1,3%), São Paulo (-1,2%), Pernambuco (-0,7%), Rio Grande do Sul (-0,4%) e Bahia (-0,1%). E agora?