RAZÕES PARA AMENIDADES
Além de manifestar, constantemente, a minha opinião sobre este importante momento que o Brasil está vivendo, principalmente depois que o povo decidiu ir às ruas, também tenho procurado ler e ouvir tudo que posso a respeito das razões que levam o povo a protestar e se manifestar.
DAILY TELEGRAPH
Pois, de tantas opiniões que foram dadas até agora para explicar este indiscutível momento de frustração que a sociedade brasileira está mostrando nas ruas e nas redes sociais, uma delas, que me chamou muito a atenção, foi publicada ontem no jornal britânico Daily Telegraph.
RETROSPECTIVA
O bom texto, que leva a assinatura de Daniel Hannanfaz (desconheço a sua formação), faz uma retrospectiva dos acontecimentos políticos nos países da América do Sul, que, nas últimas três décadas saíram ditaduras, passaram por governos neoliberais (keynesianos, no meu entender) e, por puro desespero, acabaram optando pela esquerda populista.
POPULISTAS
Daniel cita, com absoluta correção, que ao eleger Hugo Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Cristina Kirchner na Argentina e Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho carismático de Dilma Rousseff, no Brasil, todos POPULISTAS, esses países passam por dificuldades que podem ser vistas à olho nu.
O DINHEIRO ACABA
Segundo o texto e a realidade, este modelo POPULISTA funcionou por algum tempo. Mas, mais cedo ou mais tarde, como acontece com muitos governos socialistas, o dinheiro acaba. Esse momento, como se vê, chegou para o Brasil. E os brasileiros estão sentindo isso.
FINANCIAL TIMES
Outro jornal britânico, muito respeitado mundo afora, como é o caso do Financial Times, publicou no seu editorial de ontem que: - Em toda América do Sul, cidadãos estão fartos de ouvir como as coisas são boas. E acrescentou que os protestos no Brasil vão causar preocupações nos mercados financeiros a respeito dos mercados emergentes como um todo e podem indicar que a salada política dos velhos dias e o dinheiro fácil do passado podem estar chegando ao fim.
REVOLUÇÃO DOS 20 CENTAVOS
A revolução dos 20 centavos mostra que a fantasia acabou, diz o FT citando que: -espetaculares 10 anos de crescimento- tiraram cerca de 30 milhões de pessoas da pobreza com novas demandas que não foram atendidas.A chamada nova classe média, pode consumir como nunca, mas as mudanças sociais em outros setores não acompanharam as demandas desta nova classe, ainda precária.O editorial cita que não há problema em cultivar a imagem global do Brasil com investimentos de US$ 12 bilhões (cerca de R$ 27 bilhões) em estádios de futebol, mas não quando a vida é tão dura para a maioria.? Eles pagam impostos iguais aos de primeiro mundo e recebem em troca serviços públicos de má qualidade de países em desenvolvimento. Ônibus lotados e tráfego pesado tornam as viagens diárias caras e um desperdício de tempo. A corrupção do governo prevalece. Que tal? Maus esses jornais, não?