Artigos

19 jun 2012

O RS E SUAS ENTIDADES


Compartilhe!           

A SECA E A ARGENTINA
Na semana anterior recebi da assessoria de imprensa da FIERGS ? Federação das Indústrias do RS ? uma nota dizendo que a principal responsável pelo mau desempenho da economia do Estado neste ano é a seca. E, em segundo lugar vem as medidas protecionistas da Argentina.
NADA DE NOVO
Ora, o que a assessoria da Fiergs informa não é novo nem surpreende. Sei que até posso passar por polêmico, irreverente e, certamente, como politicamente incorreto. Mesmo assim, fiel à minha consciência, não posso deixar de mencionar o que vejo, ouço, leio e interpreto.
ENTIDADES PODEROSAS?
Antes de tudo vamos deixar bem claro, sem a mínima possibilidade de contestação, que as entidades empresariais do RS, consideradas por muitos como fortes e poderosas, na maioria das vezes não conseguiram fazer valer as suas vontades junto aos governantes.
DERROTAS
Um bom exemplo é o que aconteceu anos atrás, no governo Rigotto: as entidades empresariais se irmanaram, num grande esforço, para tentar impedir a elevação das alíquotas do ICMS. Pois, de forma organizada, com forte presença na Assembleia Legislativa, foram DERROTADOS.
MÍNIMA PELOTA
Pois, em todos os pleitos importantes o resultado, infelizmente, tem sido o mesmo. Só neste ano as entidades já amargaram duas fantásticas derrotas: o aumento do Salário Mínimo Regional e a criação da EGR. Só por aí se vê o quanto o governo não dá a mínima pelota para o que os empresários desejam.
OTMISTAS
Não sei se os empresários vibram quando são derrotados, mas a impressão que passam é essa. Até porque, quando buscam palestrantes para desenhar cenários econômicos da REGIÃO dão a impressão que só escolhem quem tem discurso otimista.A contratação tem como propósito manter a plateia animada, com uma boa perspectiva, mesmo que o cenário não recomende entusiasmo.
A ORDEM É REZAR!
Julgo importante lembrar que, em dezembro de 2011, o presidente da Fiergs, Heitor Muller, no tradicional almoço de confraternização com a imprensa, apresentou os números de 2011 e as perspectivas para 2012. Naquele momento estranhei o fato de que a projeção não levava em conta a seca que os institutos de meteorologia anunciavam como certa e drástica para o Estado do RS.Quando indaguei a respeito, o presidente da FIERGS, sem qualquer cerimônia, disse que os gaúchos deveriam TORCER para que o estrago não fosse muito grande. Insisti: O que significa TORCER, presidente? Pasmem, a resposta do presidente daquela que é tida como a maior entidade empresarial do RS foi: - TORCER É REZAR.Decorridos quase seis meses já se percebe que os mais crentes não foram minimamente eficientes na tarefa, ou não fizeram a reza correta. O fato é que estiagem veio mesmo e estão atingindo fortemente as exportações gaúchas.Tenho muito respeito por Heitor, embora a recíproca parece não ser a mesma. Talvez porque os dirigentes da FIERGS imaginam que ao serem empossados garantem o direito de não serem criticados. Desta forma só dão razões aos bajuladores, que entendem como leais e sinceros. Que tal?