ENTREVISTA
A entrevista concedida pelo senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, que está estampada nas Páginas Amarelas da Revista Veja desta semana, é de amargar. Se o senador for levado a sério, e não for contestado pelo candidato José Serra, a candidata do PT já tem assegurada a vaga de presidente do Brasil.
MACROECONOMIA
Toda simpatia que o mercado financeiro tem pelo governo Lula se deve, principalmente, à continuidade da política econômica do governo FHC. Foi naquele período que o Brasil conseguiu fazer a reforma do sistema financeiro, além de introduzir uma política macroeconômica realmente vencedora.
INVEJÁVEL
A correta e única reforma, considerada como invejável pelo mundo todo depois do estouro da bolha de crédito, teve como pontos fortes: o estabelecimento de uma forte solidez no sistema bancário, a introdução do sistema de metas de inflação, o câmbio flutuante e a taxa SELIC mais calibrada.
RISCO-PAÍS
Tais fundamentos foram responsáveis pela redução significativa do risco-país e, por consequência, elevar o nível de confiança do Brasil no mercado financeiro mundial, cujos resultados são incontestáveis.
PERDA DA VANTAGEM
Pois, por mais incrível que possa parecer aos insatisfeitos com o governo Lula, o temor de que o Brasil venha a perder esta única vantagem obtida já está sendo admitida, formalmente, pelo que informa o senador Guerra.
ELIMINAÇÃO DO CORRETO
Pelo que consta na entrevista publicada na revista Veja, o senador Sérgio Guerra declarou, claramente, que José Serra tem como propósito acabar com a única coisa que deu certo no país nesses últimos quinhentos anos. Com uma agravante: tudo aquilo que precisa ser reformado sequer é mencionado.
RISCO MAIOR
Este programa de governo do candidato Serra, caso seja confirmado, vai elevar o risco-Brasil para a estratosfera. Enquanto Lula mostrou mais juízo na condução da política macroeconômica, o candidatado Serra, segundo Guerra, que acabar com o triunfo. Pode? Aí, sem dúvida, o risco Serra passa a ser maior do que o risco Lula.