Artigos

18 jan 2021

O PROFETA MOURÃO


Compartilhe!           

MAL A SI MESMO

Em 14 de maio de 2020 (8 meses atrás) quando ainda não se tinha uma correta ideia quantitativa do tamanho do estrago que a PANDEMIA do Covid-19, provocaria, o vice-presidente Hamilton Mourão, em artigo publicado no Estadão, afirmou, com muita convicção e total razão, que NÃO ENXERGA OUTRO LUGAR NO MUNDO QUE ESTEJA CAUSANDO TANTO MAL A SI MESMO COMO O BRASIL.


ALCANCE E EFEITOS

Mais: no referido artigo, Mourão acertou na mosca ao antecipar que a PANDEMIA DE COVID-19 não era apenas uma questão de SAÚDE PÚBLICA: por seu ALCANCE, sempre foi SOCIAL; pelos seus EFEITOS, já se tornou ECONÔMICA e pode vir a ser, lamentavelmente, um terrível caso de SEGURANÇA.


QUATRO PONTOS

A linhas tantas, relembrando, Mourão fez importantes e comprovadas afirmações: "Para esse mal [a covid-19] nenhum país do mundo tem solução imediata, cada qual procura enfrentá-lo de acordo com a sua realidade. Mas nenhum vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil. Um estrago institucional que já vinha ocorrendo, mas agora atingiu as raias da insensatez, está levando o País ao caos e pode ser resumido em QUATRO PONTOS:

1- a POLARIZAÇÃO POLÍTICA;

2- a DEGRADAÇÃO DO CONHECIMENTO POLÍTICO;

3- a USURPAÇÃO DAS PRERROGATIVAS DO PODER EXECUTIVO; E,

4- o PREJUÍZO À IMAGEM DO BRASIL NO EXTERIOR.


POLARIZAÇÃO

Sobre a POLARIZAÇÃO,  Mourão já fazia severas críticas à IMPRENSA, dizendo que "tornamo-nos incapazes do essencial para enfrentar qualquer problema: sentar à mesa, conversar e debater. A IMPRENSA, A GRANDE INSTITUIÇÃO DA OPINIÃO, precisa rever seus procedimentos nesta calamidade que vivemos. Opiniões distintas, contrárias e favoráveis ao governo, tanto sobre o isolamento como a retomada da economia, enfim, sobre o enfrentamento da crise, devem ter o mesmo espaço nos principais veículos de comunicação. Sem isso teremos descrédito (...)"


CONHECIMENTO POLÍTICO

Neste segundo ponto, Mourão critica quem "esquece que o Brasil não é uma confederação, mas uma FEDERAÇÃO", citando governadores, magistrados e legisladores que, segundo ele, agem acima das decisões do governo federal.


USURPAÇÃO DAS PRERROGATIVAS DO PODER EXECUTIVO

No terceiro, Mourão volta a criticar "presidentes de outros Poderes" de tentarem exercer papel de presidente (EXECUTIVO). Para tanto cita que a obra 'Federalista', no qual um de seus autores, James Madison, estabeleceu "como FUNDAMENTOS BÁSICOS que o LEGISLATIVO, O EXECUTIVO E O JUDICIÁRIO devem ser separados e distintos, de tal modo que ninguém possa exercer os poderes de mais de um deles ao mesmo tempo', uma regra estilhaçada no Brasil de hoje pela profusão de decisões de presidentes de outros Poderes, de juízes de todas as instâncias e de procuradores, que, sem deterem mandatos de autoridade executiva, intentam exercê-la."


PREJUÍZO DA IMAGEM DO BRASIL

Por fim, Mourão critica quem "usa seu prestígio para fazer apressadas ilações e apontar o Brasil como ameaça a si mesmo e aos demais na destruição da Amazônia e no agravamento do aquecimento global", uma acusação leviana. "Esses pontos resumem uma SITUAÇÃO GRAVE, mas NÃO INSUPERÁVEL, desde que haja um mínimo de sensibilidade das mais altas autoridades do País. Enquanto os países mais importantes do mundo se organizam para enfrentar a pandemia em todas as frentes, de SAÚDE, PRODUÇÃO E CONSUMO, aqui, no Brasil, continuamos entregues a estatísticas seletivas, discórdia, corrupção e oportunismo".


ESPAÇO PENSAR +

No ESPAÇO PENSAR + de hoje:  PERGUNTEM AO JOSÉ DIRCEU - por PERCIVAL PUGGINA - Para Ler acesse o link: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar