PADRÃO ÚNICO
Na reunião do G-20, que acontece hoje na Escócia, o governo brasileiro vai propor a adoção de um padrão único de gestão do câmbio por todas as maiores economias do mundo.
FLUTUANTE
Caso os participantes concordem, a escolha deverá recair entre o câmbio administrado e o câmbio flutuante. Mesmo que Lula e sua turma tenham criticado de todas as formas a adoção do câmbio flutuante, em 1999, no governo FHC, o modelo a ser defendido por Henrique Meirelles será o flutuante. Curioso, não?
DORES CAMBIAIS
Depois que o Brasil foi descoberto em meio aos escombros da crise, e se tornou a Bola da Vez porque já havia tomado os remédios para a cura das doenças de origem macroeconômica, as dores cambiais passaram a incomodar.
CAUSAS
Essas dores tem como causa o seguinte descompasso: entre o que entra de dólares de investidores que querem aproveitar a onda de crescimento do país, somada às nossas ainda tímidas exportações, e subtraídas as ridículas importações, típicas de um país que ainda carrega o mau pensamento nacionalista.
CONSEQUÊNCIAS
A consequência é que na hora da liquidação do câmbio só há um comprador de dólares: o Banco Central. Como só existe um comprador, tudo acontece através dos leilões de compra. Como não há importadores pesados para competir com ofertas de compra, não há mercado cambial por aqui.
CÂMBIO ADMINISTRADO
Daí esse choro interminável dos exportadores, que passam, através da mídia, a velha ladainha de que para vender lá fora basta um câmbio favorável (pra eles). Assim fica clara a preferência pela volta do câmbio administrado.
ANTES DE TUDO
O que não é dito, infelizmente, é que exportar não é só uma questão de preço de moeda. Antes de buscar o cliente e fechar o câmbio é preciso verificar o peso dos tributos, da burocracia, da logística, etc., por exemplo. A competitividade começa por aí e termina no fechamento da fatura cambial.