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02 jan 2007

O PRIMEIRO DIA DE 2007


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DISCURSOS
Já estamos bem habituados. O papel aceita tudo. Assim, os discursos escritos servem muito mais para agradar os esperançosos e encher de boas expectativas os reticentes. Ontem, nas cerimônias de posse dos governadores e do presidente Lula, não foi nada diferente. O que levou muita gente a acreditar que agora o Brasil vai pra frente. Tomara.
O DISCURSO DE LULA
Lula resumiu tudo ao dizer que chegou a hora de acelerar e crescer o país. As questões macroeconômicas, bem encaminhadas no seu primeiro mandato, oportunizam a proposta. Mas não bastam pela falta de reformas estruturais que não conseguem andar. Aí o meu descrédito quanto a um crescimento convincente. Sem reformas para valer, a China continuará sendo a desculpa pelo nosso fracasso contínuo.
O GOVERNO GAÚCHO
Ainda não entendi direito o que passa pela cabeça reveladamente complicada da governadora Yeda Crusius Credo. Por outro lado, aí felizmente, muito me agrada o que sempre passou, e continua passando, pela cabeça privilegiada de seu vice, Paulo Feijó. O placar das votações do pacotaço, ao final de 2006, diz claramente o que precisa (e deveria) acontecer agora, neste recém chegado 2007, no RS. O oportuno e maravilhoso caos que já tomou conta do Estado tem tudo para produzir resultados muito importantes. Falta, como se sabe, a inteligência, coisa que até agora foi manga de colete por aqui.
PRIVATIZAÇÕES
A recusa ao tarifaço, além de dificultar o pagamento da folha dos servidores, acaba também com as mágicas, ilusões e empurrões com a barriga, até hoje sempre experimentadas para esconder a real situação das contas públicas. E as privatizações, muito demonizadas, poderão vir a ser exigidas para ajudar na solução dos problemas existentes e agravados.
CONSAGRAÇÃO
O papel do vice-governador, Paulo Feijó, foi fantástico. Sensacional até para que novas tentativas apareçam para salvar o RS. A primeira a ser experimentada deveria ser uma brutal redução de impostos, de alíquotas. Algo como 30% de redução, por exemplo. Esta seria a grande ousadia, a grande audácia que o RS precisa. Como nada pode piorar mais a situação do RS, o mais lógico seria tentar a atração de investimentos, buscar o crescimento. Seria uma vitória ímpar nesta guerra fiscal entre os Estados. Algo para nos consagrar.
GRANDE EXEMPLO
É bom que todos observem que Blairo Maggi, governador do MT, deve assinar ainda hoje um decreto que diminui o ICMS sobre telefonia e energia. Enquanto, no RS, a idéia é aumentar imposto, no MT a ordem é diminuir. Isto sim é ousadia. Que tal, Dona Yeda? Já que a senhora disse no seu discurso que vai usar da ousadia, proponho que uma redução linear, imediata, de 30% do ICMS para todos os produtos gaúchos. Seria a melhor forma para recuperar a imagem arranhada e muitos investimentos para o RS.