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07 jul 2010

O PREÇO DA FALTA DE POUPANÇA


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OS PROBLEMAS
Na edição de ontem expus os problemas que limitam drasticamente o nosso crescimento: a baixa poupança financeira e a pobre poupança educacional. A causa de ambas está, infelizmente, na elevada carga tributária aliada a gastos públicos de péssima qualidade. Desperdício de dinheiro público, melhor dizendo.
BNDES
Como a poupança é insuficiente para alavancar o nosso desenvolvimento, a saída para o crescimento está no BNDES, órgão financiador de quase todos os projetos do país, tanto os empresariais que propõem uma maior oferta de produtos e serviços, quanto os públicos que visam ampliar a nossa infra-estrutura.
VIA ENDIVIDAMENTO
Como o BNDES não tem capital para todas as demandas, só no ano de 2009 o governo foi buscar no mercado um montante de R$ 100 bilhões, através de emissão de títulos públicos (via endividamento), para suprir o caixa da instituição de fomento.
CUSTO - 1
Embora o governo tenha feito novas emissões com a mesma finalidade em 2010, o que levou a dívida pública interna a superar a marca de R$ 1,5 trilhão, observem o custo só da primeira tranche. Custo para o país, ou melhor, para os contribuintes:
CUSTO - 2
Considerando que os títulos emitidos pelo Tesouro são remunerados pela SELIC (atualmente em 10,25%) e o BNDES empresta pela TJLP, cujo indexador é de 6%, o prejuízo da operação para os contribuintes, segundo estudo feito pela área financeira do próprio BNDES, deve ser de R$ 36,6 bilhões.
RESUMO
O estudo mostra, enfim, que a diferença entre as taxas dos R$ 100 bilhões repassados ao banco em 2009 corresponde a R$ 1 bilhão ao ano. Até porque a remuneração média do empréstimo ao BNDES é de TJLP mais 0,63% ao ano, correção que vai incidir sobre o principal da dívida, cuja carência é de cinco anos.
DÉFICIT DE RACIOCÍNIO
É óbvio que pouquíssimas pessoas darão importância ao assunto. Tudo porque, repito, além da falta da poupança financeira, que impõe um enorme sacrifício à sociedade como um todo, existe ainda uma crucial ausência de poupança educacional, que pelo déficit de raciocínio impede o discernimento e, consequantemente, a realização das reformas.