POUPANÇA
Ontem, de novo, o presidente do BC, Henrique Meirelles, voltou a insistir que a condição principal para o Brasil continuar crescendo é aumentar sua poupança interna. A afirmação é, certamente, muito acaciana, mas mesmo assim já se sabe que é muito difícil que isto aconteça, diante de uma carga tributária tão elevada.
EDUCAÇÃO
Meirelles preferiu mencionar somente o quesito poupança para explicar as nossas dificuldades quanto a um crescimento mais forte. Entretanto, a sociedade que pensa, que raciocina, sabe que há um outro quesito, de igual importância, cujo nome é educação, que impede o nosso crescimento.
CÍRCULO VICIOSO
Em síntese: o Brasil, por falta de uma atitude correta dos governantes, de todos os Poderes, impõe um círculo vicioso terrível que estabelece limites muito baixos de crescimento. Começando pela fantástica carga tributária que acaba com as forças dos consumidores através de impostos pesados sobre os produtos produzidos aqui e naqueles que vem de fora.
GASTOS PÚBLICOS
Como a carga tributária é imensa, a poupança privada fica reduzida. A poupança estatal, que deveria ser enorme pelo que é arrecadado, simplesmente inexiste por excesso de gastos públicos. Ora, sem a tal poupança os investimentos não têm como existir. Para fechar o pobre círculo, sem educação suficiente para poder melhorar a produtividade os pobres agentes de produção não conseguem produzir de acordo com a necessidade de consumo.
POUPANÇA NEGATIVA
Para agravar ainda mais a situação, começando pela União, os governos gastam muito mais do que arrecadam, significando uma despoupança, ou poupança negativa. Como não há corte de despesas, muitas delas protegidas por cláusulas pétreas, os parcos investimentos precisam ser cortados. Resultado: educação mais prejudicada ainda.
SATURAÇÃO
Como o Brasil está apresentando um crescimento acima do permitido, graças ao crédito pra lá de exuberante, a partir do momento em que a saturação de consumo financiado for constatada, a ausência dos quesitos acima aparecerá com absoluta nitidez.
INGREDIENTES
Aí já não será possível ficar lamentando ou procurando culpados. Afinal, mais dia menos dia, pelo artificialismo que estamos vivemos, a ratoeira já está pronta para ser desarmada. E, sem dúvida, vai pegar a nossa economia tentando comer um queijo que, certamente, já estará azedo por falta dos principais ingredientes: educação, poupança e carga tributária adequadas.