CARGA TRIBUTÁRIA
Nunca antes neste país se falou tanto sobre o tamanho da nossa brutal carga tributária. E, como estamos em ano eleitoral, aí mesmo é que os candidatos passam a ser sabatinados a respeito do nosso exagero tributário, que por si só revela o quanto os produtos brasileiros não conseguem ser competitivos no mercado internacional.
ESTUPIDEZ
Mesmo assim quando este assunto vem à tona, a sociedade brasileira revela uma enorme estupidez, por imaginar que basta uma reforma tributária para que o peso dos impostos seja reduzido. Uma bobagem total, pois mantendo as despesas atuais dos governos, nos seus três níveis, o percentual sobre o PIB, que anda por volta dos 40%, não tem como ser reduzido.
SIMPLIFICAÇÃO
A reforma tributária, para deixar bem claro, só oferece a possibilidade de simplificação no pagamento de impostos e contribuições. Nada mais. Agora, se a nossa pretensão é baixar o peso da carga, isso só será possível depois de uma correta reforma Fiscal, em conjunto com uma reforma da Previdência e Trabalhista. Aí é que reside a encrenca que estamos metidos.
VALOR
Ontem, para quem ainda não entendeu a quantas anda a ganância tributária, o jornal Valor publicou uma matéria muito esclarecedora sobre o peso e a distribuição da carga tributária paga pelas empresas no nosso querido país. Infelizmente, 99,9% dos brasileiros não se interessam por coisas do gênero, ainda mais às vésperas da Copa do Mundo, quando é muito mais importante saber a escalação da nossa Seleção.
RESULTADO
Pois, mesmo sabendo que poucos darão importância ao tema, não vou passar por omisso. O Valor, partindo da Demonstração do Valor Adicionado, peça que se tornou obrigatória nos balanços das companhias abertas com a edição da Lei nº 11.638/07, que mudou a contabilidade no país, chegou ao seguinte resultado:Da riqueza gerada pelas cem maiores companhias abertas do país por valor de mercado em 2009, que somou R$ 558 bilhões, as três esferas de governo abocanharam 45% na forma de impostos, contribuições e taxas. As empresas retiveram 13,5% do total para engordar seu patrimônio e distribuíram 9,5% aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio e dividendos. Os funcionários ficaram com 20% e os credores, com 12%.
DONO DA BOLA
Como se vê, a maior parte desse valor gerado não fica com os acionistas (donos das empresas), mas com o poder público que é uma espécie de sócio preferencial de todas as companhias do país. O que, em última instancia significa que não somos um país capitalista.
MAIS ATINGIDOS
Dentre os setores que mais contribuem com tributos, em primeiro lugar está o de Telecomunicações, com 63,8%; Logo atrás estão Bebidas e Fumo, com 56,9%; Petróleo e Gás, com 56,1%; Energia, com 51,6%; e Bens de Consumo, com 42,7%. Para concluir faço a seguinte pergunta: Energia, Petróleo, Gás e Telecomunicações não são os produtos e serviços mais importantes para uma sociedade? Pois é, gente.É aí que o governo mais esfola, não? Justo. Muito justo. Viva a estupidez!