DUAS FORMAS
No espaço de 48 horas o Brasil ocupou o noticiário econômico internacional de duas formas muito distintas. Uma, de encher o peito e até ficar orgulhoso; outra, de decepção mesmo que as causas sejam pra lá de conhecidas.
INVESTIMENTOS
A primeira foi ontem, quando a ONU divulgou que o nosso país superou os Estados Unidos e ocupa agora o terceiro lugar em um ranking de países prioritários para investimentos estrangeiros no período entre 2010 e 2012.
COMPETITIVIDADE
Enquanto muitos brasileiros ainda batiam no peito, principalmente porque conseguimos desbancar os EUA no ranking de investimentos, hoje veio a paulada: segundo estudos do Fórum Econômico Mundial, o Brasil caiu duas posições no ranking das economias mais competitivas.
QUEDA DE DESEMPENHO
É provável que muita gente não esteja nem aí para uma queda de somente duas posições no ranking mundial de competitividade. Ainda assim, antes que alguém condene o Fórum Econômico Mundial como algoz que adora perseguir o nosso pobre país, sugiro o conhecimento das razões desse mau desempenho.
CAUSAS
A queda da 56ª para 58ª posição tem como principais causas tudo aquilo que já sabemos : 1- carga tributária elevadíssima; 2- mais regulação do governo sobre a economia; 3- uma das piores taxas de corrupção e de desperdício de dinheiro público do mundo; 4- um dos maiores spreads bancários no mundo. Que tal?
MENOS AFETADOS
O que muita gente ainda não está percebendo é que vamos cair mais. Basta que outros países comecem a sair desta crise mundial de crédito. Como fomos menos afetados pela turbulência que sacudiu o mundo entre 2008/2009, deixamos uma impressão falsa de que estávamos melhorando. A realidade informa, porém, que os outros é que ficaram piores. Por algum tempo.
RETRATO SEM FOTOSHOP
Como o Brasil se recusa, peremptoriamente, em fazer as reformas institucionais, países como Azerbaijão, Tunísia, Costa Rica e Indonésia precisam ser vistos, claramente, como bem mais competitivos do que o Brasil.
ALERTA
O Fórum Econômico Mundial, nos estudos divulgados, não deixou de destacar vários pontos positivos na economia brasileira. Mas faz um alerta importante: entre os 139 países avaliados, o Brasil é classificado como o que tem o pior impacto da carga tributária sobre o setor privado. E, no que se refere aos indicadores que medem a regulação do governo, o País era o penúltimo colocado em 2009 e caiu para último. E aí, gente? Com Dilma a coisa vai mudar?