LÍNGUA SOLTA
Fidel Castro mordeu a língua. Cheio de entusiasmo, Fidel abriu o bico antes da hora, quando disse ao jornalista americano, Jeffrey Goldberg, correspondente da revista The Atlantic, que o modelo econômico cubano não funciona mais.
RESSACA
No dia seguinte, depois de curada a ressaca, Fidel percebeu a repercussão da sua revelação e tratou de desmentir o jornalista. Tarde demais. O plano econômico neoliberal da Ilha dos Irmãos Castro já estava pronto para ser anunciado.
NEOLIBERALISMO
Na terça-feira, 14, tudo aquilo que Fidel disse de forma muito sintética, numa só frase, seu irmão Raul tratou de detalhar: até o final de março de 2011, cerca de 500 mil funcionários públicos deverão ser demitidos. Cuba, portanto, naquele momento sepultava o modelo econômico até então em vigor para entrar de cabeça no neoliberalismo.
FORMA
Os irmãos Castro, para desespero de seus seguidores mais próximos (leia-se Hugo Chávez e Cia.), deixaram claro ao mundo todo que chegara o momento de adotar o modelo neoliberal da seguinte forma: o comunismo cubano trataria de demitir para que o capitalismo começasse a admitir. Que tal?
PRIVATIZAÇÕES
O próximo passo que já está sendo muito esperado para esta chamada -abertura econômica cubana- é, certamente, o anúncio de algumas privatizações. Se alguém pretende tirar esta informação do ex-comandante da Ilha trate de viajar imediatamente a Cuba e ande sempre com uma garrafa de Rum Montilla.
NO MALECON
Se tiver um pouco de sorte, quem sabe acabe encontrando Fidel no Malecon. Se isto vier a acontecer sirva-lhe uma boa dose do rum Montilla e a língua do Dr. Castro vai se soltar. Vai dizer muita coisa que levará ao desespero os ardorosos membros do Foro de São Paulo.
FALTA DE TRANSPARÊNCIA
Termina hoje, 16, o prazo para que os acionistas da Petrobrás, considerados prioritários no rateio dos papéis, façam a reserva de ações para a oferta primária de capitalização da estatal. O lamentável é que os acionistas desinteressados na subscrição das novas ações ficaram impedidos de negociar os direitos de preferência, uma vez que o preço da subscrição não é sabido. Trata-se de uma compra no escuro, o que revela falta de transparência.