MAIS IMPORTANTE
A maioria do povo brasileiro alfabetizado, por índole, educação e costume, está muito mais ligada no que diz o jornal argentino Olé sobre a Seleção Brasileira, do que no ponto de vista do Financial Times sobre a nossa economia. Futebol, influenciado fortemente pela mídia, é o que de mais importante existe.
REALIDADE
Antes de tudo é preciso aceitar, ou, no mínimo, entender a realidade, por mais desanimadora que ela seja. Pronto. Economia é assunto para poucos, assim como a política. Assim, quem não estiver satisfeito e reúne condições para cair fora, que o faça.
FAZENDO ÁGUA
Ainda que faça parte de uma minoria inexpressiva e, portanto, sabendo que nada vai mudar, vou continuar insistindo. Paciência. Assim, desde sempre concordo com a opinião do Financial Times da semana passada. Segundo o FT o modelo de crescimento econômico brasileiro estabelecido no governo Lula (2003-2010), mais conhecido como Lulismo, está fazendo água.
OS MODELOS
Mas, o que é Lulismo, afinal? Aliás, pergunta semelhante sobre o Neo-liberalismo já foi feita lá atrás, antes do PT chegar ao Poder. Ambos os modelos até já podem ser comparados, muito embora o neo-liberalismo brasileiro está longe do que foi definido pelo Conselho de Washington.
LULISMO
Lulismo, enfim, segundo o FT, é o modelo que combinou a CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS SOCIAIS, AUMENTOS SALARIAIS GENEROSOS, FÁCIL ACESSO AO CRÉDITO E A MANUTENÇÃO DE UMA ECONOMIA ESTÁVEL. Ao modelo se atribui a retirada de 30 milhões de brasileiros da pobreza, durante os oito anos de governo Lula.
LIMITE
Um fato, indiscutível, é que o Lulismo foi e continua sendo enaltecido mundo afora como solução para os problemas de desigualdade e crescimento. Outro fato, também indiscutível, é que os sintomas de cansaço já dão conta de que o limite já está sendo avistado.
ECONOMIA FRÁGIL
O que dá sustentação a este comentário sobre o enfraquecimento do modelo é mais do que sabido. Ninguém discute que Lula entregou a Dilma Rousseff, uma economia frágil, com os seguintes desequilíbrios:1- crescimento acelerado das importações, financiadas pelo fluxo de divisas gerado pela venda de commodities ao exterior a preços inflados. 2- crescimento da inflação, que vem sendo controlada por aumentos sucessivos das taxas de juros, que por sua vez ajudam a pressionar pela valorização da moeda brasileira, reduzindo a competitividade da indústria nacional. 3- Além disso, boa parte da inflação tem origem no crescimento descomunal do crédito aos consumidores. Daí a razão para comentários de estarmos próximos do estouro de uma bolha de crédito no Brasil.