PROFECIA
Se há alguns anos atrás algum maluco viesse à público para dizer que a Europa entraria de cabeça, em 2010, numa dura crise econômica, o profeta insano correria o risco de ser linchado em praça pública. Seria como da mesma forma imaginar alguém dizendo, por exemplo, que a Varig e o Banco Nacional iriam à falência.
SEM PRAZO
Pois, queiram ou não, a Europa está mesmo mergulhada em problemas econômicos muito sérios. A ponto de ficar cada dia mais difícil uma definição de prazo e custo para que vários países da Comunidade consigam respirar um pouco melhor.
SOCORRO
Depois do amparo à desesperada Grécia, que abriu a porteira dos necessitados, o Banco Central Europeu não para de receber pedidos de socorro financeiro. Alguns de forma até mais velada, para evitar pânico nas instituições financeiras, mas é notória a desconfiança que já tomou conta da região como um todo.
AGÊNCIAS DE RISCO
Que o digam as Agências de Risco, que não param de trabalhar. A cada dia o que mais fazem é reduzir notas de crédito das mais variadas instituições européias. Ontem, por exemplo, a Fitch Ratings reduziu a nota de quatro instituições financeiras da Espanha. Ao mesmo tempo, a Standard & Poors alertou que poderá rebaixar a nota da dívida do Caja Madrid, uma das maiores entidades de empréstimos da Espanha. É duro, gente.
ELEVAR IMPOSTOS
Embora a Alemanha seja a nação mais forte da chamada zona do euro, o governo daquele país já informou que não há como enfrentar o déficit orçamentário, que segundo as previsões pode superar 5% do PIB neste ano, sem uma elevação de impostos. Ora, se isto acontece na Alemanha o mesmo deve acontecer, obviamente, nos demais países.
FURACÃO
O que se deve depreender das notícias acima? Muito simples: as economias precisam ser administradas com o máximo de zelo, para ficar o mais longe possível das catástrofes. Desastres econômicos, mesmo que possam ter efeitos parecidos com os deixados pelos furacões, não podem ser igualados, na sua origem. Os furacões não podem ser evitados, os desastres econômicos sim. Quem não percebe esta diferença só tem uma solução: fechar as casas para se defender dos estragos promovidos pelos fortes ventos.
CORTES DE DESPESAS
Como se vê, do jeito que as coisas estão postas, a crise que assola brutalmente o continente europeu se assemelha agora a um furacão que não foi detectado a tempo. Sem as providências de precaução só cortes severos de despesas podem atenuar os estragos. O que, infelizmente, não está sendo percebido claramente no Brasil. Não vejo, sinceramente, uma busca de proteção adequada a esta grave doença européia que está se espalhando mundo afora tal qual ocorreu com a gripe H1N1.