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12 mar 2012

O DESTINO DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO?


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DÍVIDA PÚBLICA
Atenção, ingênuos: A notícia que foi veiculada na semana passada, de que a dívida pública interna em poder do mercado deve atingir R$ 2 trilhões até o final deste ano de 2012, acaba com a farsa de que o governo paga a dívida interna. Vou mais longe: nem um tostão furado do que o governo obtém com o superávit primário é usado para amortizar a dívida.
A FARSA
Embora muitos tontos estejam convencidos de que parte dos recursos públicos arrecadados com impostos é destinada ao pagamento de parte da dívida mobiliária interna, a notícia acima colabora com a minha manifestada convicção de que nada disso acontece.
RELAÇÃO DÍVIDA/PIB
Nos últimos anos, o que vem mascarando o tema é que a elevação do PIB vem apresentando um porcentual maior do que a rolagem da dívida mobiliária interna. Assim, a relação DÍVIDA/PIB tem mostrado redução, dando a falsa impressão aos menos iniciados de que estamos devendo menos.
ROLAGEM SEM FIM
Quem acompanha o caso já deve ter percebido que a dívida interna brasileira só aumenta. E o seu crescimento diário nunca é menor do que a taxa Selic. Ou seja, para cada título vencido, um novo é emitido. Assim, a dívida é sempre empurrada com a barriga numa rolagem sem fim.
ORÇAMENTO DA UNIÃO
Como grande parte da imprensa aberta desconhece o funcionamento da economia e dos mercados, não procura saber qual o destino dos recursos que o governo, através do Orçamento da União, destinou à amortização da dívida mobiliária.
NOVELA GREGA
A novela da Grécia, como se vê está longe do fim. Na semana passada, depois que a maioria dos investidores se viu obrigada a aceitar o maior calote da história, novos capítulos, repletos de fortes emoções para a economia europeia e mundial, ainda estão por vir. Os investidores privados, que detinham 206 bilhões de euros em títulos gregos, se viram obrigados em aceitar uma perda de 53,5% (cerca de ? 107 bilhões) no valor dos seus papéis. Que tal?
NÃO É VACINA
Na realidade, como a perda esperada era total, e com ela outros países também embarcariam, inevitavelmente, no mesmo trem do calote generalizado, os credores ficaram sem alternativa. O problema maior é que o mercado tem consciência clara de que a simples aceitação da perda monumental não declara o encerramento da crise. A desconfiança permanece, gente. Além de enorme promete ser longa.