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08 mar 2013

O DESCOBRIDOR, O TERRORISTA E O EMBALSAMADO


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O DESCOBRIDOR
Desde sempre, em praticamente todas as escolas do país, nas aulas de história os alunos são informados de que o DESCOBRIDOR do Brasil foi Pedro Álvares Cabral, no dia 22 de abril de 1500.
O TERRORISTA
Sem entrar no mérito desta duvidosa questão para não descuidar do tema deste editorial, o fato é que passados 513 anos do descobrimento, um outro Cabral (não tenho certeza de que seja descendente de Pedro) entrou para a História do Brasil para ser conhecido como TERRORISTA.
DUAS CARAS
O Cabral atual que me refiro é o governador do RJ, Sérgio Cabral, que além de Terrorista mostra uma outra característica marcante: tem enorme capacidade teatral. Em suma, Sérgio Cabral será conhecido por suas duas caras: Terrorista e Ator.
PATÉTICO
Ontem, o governador do RJ conseguiu, ao mesmo tempo, fazer os dois papéis. Tão logo saiu a notícia de que o veto dos royalties do petróleo havia sido derrubado em plenário do Congresso Nacional, Sérgio Cabral resolveu entrar em cena. Primeiro, Cabral entrou na sua roupa de Terrorista para dizer que estavam suspensos todos pagamentos aos fornecedores. Em seguida vestiu a roupa de ator para chorar o leite derramado. Patético.
NARRAÇÃO DE UM EMBALSAMENTO
Enquanto isso acontecia aqui, os principais meios de comunicação do país já estavam com seus repórteres, comentaristas e cinegrafistas na cidade de Caracas, com o propósito de narrar ao povo brasileiro o ATO DE EMBALSAMENTO do ditador Hugo Chávez. Pode? Nem para jogos de decisão de qualquer campeonato de futebol o número de narradores enviados foi tão significativo. O que, desde já, garante um verdadeiro show de transmissão.
ADMIRADO PELA MÍDIA
Aí está, portanto, uma prova inequívoca de que Hugo Chávez é uma prioridade para a mídia nacional. Isto leva a crer que o ditador é considerado um político importantíssimo, notável e/ou alguém que deva ser lembrado como um belo exemplo de governança.
SENTIMENTO DE TRISTEZA
Devo esclarecer que não estou surpreso com o que está acontecendo. O meu sentimento é de tristeza diante de tanto rapapé para um tirano. Ninguém desconhece que o povo brasileiro é desprovido de educação, o que implica em duas coisas absolutamente verdadeiras: 1- pessoas assim se deixam influenciar facilmente pela mídia; 2- tendem a se apaixonar rapidamente por governantes populistas.Como as ruas de Caracas estão tomadas basicamente por simpatizantes do regime chavista (os dissidentes, por puro medo e/ou precaução não estão se expondo), a impressão que fica para o nosso povo mal educado é que Chávez é um modelo a ser seguido. Assim, o espetáculo proporcionado pela maciça cobertura jornalística vai, infelizmente, levar um enorme contingente de pobres brasileiros a crer que todos os venezuelanos amam de paixão, tanto o falecido tirano quanto o comunismo que sempre defendeu.