EXPLOSIVO
Que o crescimento do nosso PIB tem como agente principal a forte expansão do crédito, isto já é mais do que sabido. O que pouca gente ainda não entendeu é que a relação crédito/ PIB, que já está em 46%, é um percentual pra lá de explosivo.
DIFERENÇA DE TAXAS
Explosivo porque as taxas de juros ofertadas, dependendo do bem a ser financiado, estão entre 60% e 100% ao ano. Comparadas com as taxas praticadas em vários países, inclusive os mais atingidos pela bolha de crédito (inferiores a 10% ao ano), torna a nossa situação muito preocupante.
CALOTE COLOSSAL
É preciso atentar que a renda per capita no Brasil, embora tenha melhorado um pouco, ainda é muito baixa, o que aumenta a dimensão do problema. Aliás, os primeiros sintomas já estão aí, mostrados pelos índices de inadimplência recentemente divulgados.Infelizmente, a exuberância de crédito concedido para quem ganha pouco já se desenha como uma ponte segura para um calote colossal logo adiante.
MAIS IMPOSTOS
Enquanto isso, para agravar ainda mais as dificuldades futuras, os governos e o povo estão focados na Copa do Mundo de 2014. Como não há poupança para financiar os investimentos necessários, a única fonte disponível é o endividamento. Em síntese: aumentando a dívida pública, mais impostos serão necessários para atender os compromissos gerados.
AUMENTANDO A POUPANÇA
Se os governantes e a sociedade fossem atingidos pelo raio da inteligência, que teima em não cair no Brasil, com uma boa reforma da Previdência, tanto do INSS quanto dos servidores públicos (em todos os níveis), maior seria a renda per capita do povo.Sim, porque a partir daí os brasileiros passariam a poupar os mais de R$ 100 bilhões que só neste ano vão entregar aos cofres públicos para custear os rombos das aposentadorias dos privilegiados.
FRANÇA
Falando em Previdência, enquanto o Brasil empurra para o dia de São Nunca a inadiável reforma, na França (país socialista) o Conselho de Ministros aprovou, ontem, o projeto que prevê o aumento de 60 para 62 anos da idade mínima para se obter a aposentadoria, e de 65 para 67 anos a idade para uma aposentadoria completa.
SÓ NA EUROPA
Acaba, assim, a aposentadoria aos 60 anos, estabelecida na França em 1983 pelo então presidente socialista, François Mitterrand. O fim, portanto, de uma -conquista social- chamada de intocável, gente. Estas decisões, infelizmente para nós, só estão acontecendo na Europa.