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19 jul 2013

O CONDESCENDENTE ESTUPRO DAS INSTITUIÇÕES


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TEXTO DO PUGGINA
Ontem, na sempre informal reunião-almoço do grupo - PENSAR+! -, o assunto que dominou a conversa dos Pensadores foi a enorme estupidez promovida pelos INVASORES da Câmara Municipal de Porto Alegre. Como um dos mais assíduos é o meu dileto amigo Percival Puggina percebi que enquanto os palpites e opiniões eram colocados à mesa pelos demais Pensadores, ele, de forma mais pensativa parecia mentalizar um texto para expor o quanto estava pasmo e revoltado com o ato de selvageria protagonizado pelos vândalos gaúchos. Na mosca, gente. Já passava das 22h quando recebi na minha caixa de mensagem o texto que o Puggina matutava no almoço. Pois, tão logo concluí a leitura, resolvi que deveria publicá-lo. Eis:
CÂMARA INVADIDA
No dia 10 deste mês, um grupo de rapazes e moças resolveu descer das galerias e invadir a Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Ali permaneceram por oito dias, impedindo o trabalho no local, controlando entradas e saídas, promovendo reuniões, concedendo entrevistas coletivas e, em eventos às portas fechadas, fazendo sabe-se lá o quê. Qual o motivo da desabrida selvageria? Simples como isto: eles querem passe livre no transporte coletivo da cidade. Ou, mais claramente, desejam entrar e sair dos ônibus sem pagar, transferindo para os demais cidadãos os ônus desse privilégio.
CHOVENDO NO MOLHADO
O leitor destas linhas que tenha acompanhado tais episódios em Porto Alegre deve estar se perguntando onde quero chegar chovendo no molhado de fatos bem conhecidos e atuais. Acontece que, no meu modo de ver, mais grave do que a conduta violenta e abusiva dos vândalos que se instalaram na sede do legislativo municipal foi a inadequada conduta das autoridades. Foi ver que meia dúzia de vereadores se mantiveram ativos, presentes e coniventes com os invasores. Foi ver alguns dos nossos edis, atendendo condição imposta pelos intrusos para lhes concederem uma -reunião de negociações-: sentaram-se no chão, os vereadores, para ouvi-los. Quanto achincalhe! Quanta falta de amor próprio!
PAPEL DA MAGISTRATURA
Não bastasse tudo isso, o esquema de autoridade e poder de que se arrogaram os desordeiros acabou acatado pelas autoridades legítimas que estiveram envolvidas no episódio. Assim, a magistrada que atuou no caso, em vez de determinar a reintegração de posse, usou a ideia da reunião de mediação, contida no famigerado PNDH-3 (que a Câmara dos Deputados está rejeitando no projeto do novo Código Civil). Como se fosse possível -mediar- ou -conciliar- o invadido com seus invasores! Com isso, legitimou a autoridade e a representatividade dos invasores em tragicômica audiência pública de conciliação. Seria igual o procedimento se o poder invadido, em vez do Legislativo, fosse o Judiciário? Duvido.
APOIO POLÍTICO
Em Porto Alegre, nestes dias de julho de 2013, ficou decidido que quem invade ganha muito mais do que a confortável tolerância das instituições. Tem apoio político. Conquista autoridade. Impõe as condições e os limites que lhe convêm. Reveste-se de poder. E é tratado como tal. Sinuoso e sombrio, enquanto esses desmandos acontecem, infiltra-se e se arregimenta, de modo serpentino, o ideal totalitário. E todos sabemos o quanto a ideologia da violência é intolerante. Bibliotecas do mundo inteiro alinham quilômetros de estantes com a descrição pormenorizada de suas estratégias e de seus horrores.
DANÇANDO NUS
Antes que me esqueça: 1º- A conta dos estragos feitos será paga pelos contribuintes do município. 2º- Ontem à noite, no dormitório de desocupados em que foi convertida a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, rapazes e moças dançavam nus, mostrando a exiguidade de seus argumentos e zombando das instituições que humilharam para além de todos os limites que se possa conceber. Por estupradas que já estejam.
CURIOSIDADE
Que tiver curiosidade de conhecer (ou reconhecer) os tipos baderneiros gaúchos pode acessar no google - fotos mostram manifestantes na Câmara de Porto Alegre. Tenho certeza de que ficará enojado. Ou conhecerá melhor alguns tipos gaúchos...