VINHOS BRASILEIROS
Vários leitores me perguntam se as vinícolas brasileiras também estão presentes nesta Vinexpo. A resposta é sim, embora o número seja bastante tímido, uma vez que apenas sete estão expondo: Boscato, Casa Valduga, Lidio Carraro, Miolo, Pizzato, Salton e Vinibrasil.
SAINDO DA TOCA
Contudo, nem por isso os poucos empresários brasileiros se mostram acanhados e/ou demonstrando pouca experiência neste ambiente repleto de gente muito calejada e com vasta cultura vinícola.
BOSCATO
Vejam, por exemplo, o caso da Vinícola Boscato, localizada na Serra Gaúcha, município de Nova Pádua, RS, junto a Caxias do Sul, que já exporta para o Reino Unido, EUA, Alemanha e Holanda. O próprio diretor da Boscato, Clovis Roberto Boscato, um empresário muito entusiasmado, me deixou extremamente surpreso ao relatar que um de seus vinhos, o ANIMA VITIS, de qualidade superior, cujo valor é de 75 euros/garrafa, encantou um importador americano, que adquiriu metade da produção.
SÍNTESE DO ANIMA VITIS
Safra: 2005 ? É um vinho elaborado com uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Ancellotta, Refosco e Alicante Bouschet, límpido, de cor vermelho-rubi intenso e com reflexos de vermelho-granada. Seu aroma intenso lembra frutas vermelhas maduras e especiarias, caracterizando um vinho encorpado, de grande estrutura, taninos bem presentes, bom equilíbrio e persistente ao paladar.Harmonização: este vinho bastante complexo é excelente para acompanhar carnes vermelhas (de caça ou cordeiro) bem condimentadas e assadas. Igualmente com queijos semi-duros, como Pecarino Romano e Grana Padano. Sugestão: para apreciar as qualidades do Anima Vitis por inteiro, a Boscato sugere abrir a garrafa 12 horas antes de servir ou decantá-lo por 2 a 3 horas.
TRADIÇÃO
Ainda que alguns vinhos brasileiros já tenham alcançado um excelente grau de qualidade, falta a tradição, que sobra nos vinhos europeus (franceses, italianos, espanhóis e portugueses) e nos sulamericanos (argentinos e chilenos). Isto, no entanto, faz parte de uma longa e interminável caminhada, que precisa ser feita com muita presença, divulgação, degustação e relacionamento. Em alguns países do exterior, como observei aqui, a tradição dos nossos vinhos já começa a existir. Em 2010, por exemplo, o Reino Unido passou a ser o maior importador de vinhos do Brasil, em transações que movimentaram 385% a mais do que no ano anterior. Tomou o lugar até então ocupado pelos EUA, hoje o segundo maior comprador dos rótulos brasileiros, seguido da Holanda, em terceiro, e da Alemanha, em quarto.
VALDUGA
Outro rótulo que me chamou a atenção foi o espumante Maria Valduga, cuja garrafa com design magnífico está sendo comercializada por R$200,00. O preço, segundo os próprios franceses que degustaram o produto, está de acordo com o sabor. Que tal?
CHINA
É impressionante a presença de chineses na Vinexpo. Fotografam tudo e querem saber o máximo sobre os vinhos mais nobres, principalmente. Há quem afirme que a pirataria anda solta no mundo dos vinhos, com preferência pelos mais famosos. A oferta dos produtos, muito bem falsificados na apresentação (embalagem) geralmente é feita pela internet, o que ajuda a iludir muitos consumidores. Muito cuidado, portanto!
FOTOS
Segue algumas fotos da VINEXPO 2011: http://www.pontocritico.com/leiamais/