PEDIDO NOTÓRIO
Nas centenas de viagens que Lula fez ao exterior como presidente do Brasil, entre as propostas que levava na bagagem para serem defendidas lá fora, uma delas Dilma Rousseff segue cumprindo à risca, sem qualquer moderação: a rogação enérgica pelo fim do embargo econômico imposto pelos EUA à Cuba, desde fevereiro de 1962.
NAS MANCHETES
Sabendo que o pedido, por ser presidencial, será, obrigatoriamente, estampado nas manchetes dos principais jornais do país, grande parte do povo brasileiro, diante da paixão que nutre pelo comunismo cubano, e por isso abomina o capitalismo americano, assina em baixo a rogação.
EXÍMIOS ATIRADORES
Como o povo brasileiro em geral já mostrou ser exímio atirador de pedras nas consequências, sem bulir nas causas, não procura entender os porquês do embargo. Da mesma forma não pergunta a Lula e Dilma por que ambos nunca exigiram dos Irmãos Castro o respeito aos direitos humanos, o direito de expressão e o direito de ir e vir do povo cubano.
CONFISCO
É de se estranhar, certamente, o fato do governo brasileiro também não se interessar em ouvir o que os cubanos têm a dizer sobre o embargo. Poderiam consultar, por exemplo, o cubano Jaime Suchlicki, diretor do Instituto para Estudos Cubanos e Cubano-Americanos da Universidade de Miami.
VAMOS OUVIR OS CUBANOS?
Jaime, para todos entenderem, defende o embargo dentro de uma perspectiva de coerência política por parte dos EUA. Ele, como cubano, aponta que o embargo não é culpado pela situação econômica de Cuba. A justificativa original está no não ressarcimento do prejuízo das propriedades americanas confiscadas por Fidel. Entretanto, outras se somaram ao longo do tempo, como por exemplo: o ditador Castro apoiou, irrestritamente, grupos guerrilheiros na América Latina; trouxe mísseis russos à ilha em 1962; é aliado dos iranianos; idem de Hugo Chávez; etc.... Cuba, por acaso, mostra vontade em mudar alguma coisa? Admite a instalação de uma democracia na Ilha? Que eu saiba, não. Portanto, o que se depreende é que o embargo é do interesse de Cuba.
ARGENTINA
Cumprindo o que os países latinos membros se comprometeram nas inúmeras reuniões do Foro de São Paulo, além da Venezuela (país mais adiantado na implantação do comunismo) a Argentina já está se aproximando do modelo chavista/cubano. As expropriações, inclusive, já estão em curso, como é o caso da YPF.
SOBERANIA?
O mais curioso é que a decisão de Cristina Kirchner, ao expropriar a YPF atingiu também a Petrobrás, que terá cancelamento de contratos, cuja indenização, infelizmente, será definida exclusivamente pelo governo argentino. Tá bom assim? Enquanto a banda passa, o governo brasileiro fala em soberania argentina.Podem escrever: a Argentina está cavando um belo embargo econômico. Não se trata de embargo americano, mas mundial. Aliás, o Brasil já é vítima do embargo argentino, pois não consegue exportar coisa alguma pra lá...