DOIS ACIDENTES
Dois grandes acontecimentos dominaram por completo os noticiários de ontem, no mundo todo: o desaparecimento misterioso do avião A-320, da Air France, e o deferimento da concordata da GM, proferido por um tribunal de falências dos EUA.
INTERESSE HISTÓRICO
No Brasil, a repercussão do agora praticamente confirmado desastre aéreo simplesmente anulou as demais notícias, uma vez que o interesse histórico da nossa mídia está muito mais voltado para cobrir catástrofes.
LADO MÓRBIDO DA MÍDIA
Para justificar esta posição de dar mais ênfase à tragédia, esse lado mórbido da se nutre vorazmente de uma série interminável de especulações. Que não cessa até que vestígios do acidente apareçam de forma definitiva.
CONCORDATA DA GM
Embora nenhum órgão de imprensa internacional tenha deixado de acompanhar o desaparecimento do Airbus, uma outra grande notícia foi estampada e que mexeu muito com os mercados e a economia. Foi a já esperada concordata da GM, finalmente deferida ontem, nos EUA.
ACABOU A AGONIA
E aí, por incrível que possa parecer para muita gente, as bolsas de valores, através de seus investidores, festejaram a medida. Se outros indicadores ajudaram para a alta dos índices bursáteis, a definição da situação da GM contribuiu decisivamente. Acabou a agonia.
À LONA
A GM, antes de ser definida como uma grande empresa, passou a ser vista, ao longo dos anos, como um poderoso símbolo americano de grandeza, sucesso e confiança. Porém, por não ser imune, uma série de equívocos e desastres administrativos acabaram levando a célebre gigante à lona.
COMA INDUZIDO
O que aconteceu ontem, no entanto, não foi a morte da GM, o que seria motivo de grande comoção. Devidamente instalada na UTI, a empresa entrou em coma profundo e induzido. E, imediatamente, para tentar sobreviver, passou a receber capital público na veia. O primeiro propósito é manter um razoável número de colaboradores no emprego. Creio que a atual direção, por ter levado a empresa ao caos, deverá ser afastada. Vamos ver. Já que pode acontecer daqui para frente tudo não passa de mera especulação.