HOMENAGENS
As homenagens que o mundo todo está prestando ao líder sul-africano Nelson Mandela dão a dimensão correta da admiração que o mesmo conquistou ao longo de sua vida.
FREDERIK DE KLERK
Entretanto, como bem alerta o pensador Thomas Korontai (membro do Pensar+), dizer que Mandela foi o libertador da África do Sul deve ser visto como uma meia-verdade, pois, a rigor, o responsável pelo fim do -apartheid- foi Frederik De Klerk, último presidente branco de 1989 a 1994.
DE NOVO
De novo: o responsável pela reforma da Constituição e da queda formal do -apartheid-, que permitiu à maioria negra direitos civis iguais aos brancos, asiáticos e/ou membros de outra qualquer etnia, transformando a África do Sul numa democracia, foi Frederik De Klerk.
VICE
Mais: foi De Klerk quem tomou a iniciativa de libertar Nelson Mandela da cadeia (onde amargava uma condenação perpétua). E, em 1994, quando Mandela foi eleito presidente da África do Sul, a chapa era formada por De Klerk como vice.
VERDADE
Como estamos vivendo o momento em que a COMISSÃO DA VERDADE quer esclarecer tudo (ao seu modo), nunca é demais informar que o grande papel exercido por Nelson Mandela só foi possível graças à atitude tomada por De Klerk.
MINHAS HOMENAGENS
Antes de tudo, portanto, quero deixar bem claro que reputo como muito justas as homenagens que estão sendo prestadas a Nelson Mandela. Junto-me a elas, inclusive. A única coisa que lamento neste momento é que no meio das homenagens não apareceu ninguém para louvar aquele que fez de Mandela o grande e festejado líder.
LAVAR AS MÃOS
Enquanto finalizo este editorial fico sabendo que os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, trocaram um aperto de mão, no estádio Soccer City, em Soweto, na região metropolitana de Johanesburgo. Fico imaginando que após a cena ambos devem ter procurado um banheiro para lavar as mãos.