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19 out 2012

MOTIVOS PARA DESCONFIAR


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PROJEÇÕES
Nos últimos dias participei de alguns bons encontros promovidos por entidades, bancos e empresas, todos com o mesmo propósito: projetar o comportamento da economia brasileira e/ou mundial para 2013.
SENSAÇÃO
Em todos eles, a sensação que tive tanto de parte dos analistas-palestrantes quanto das plateias muito atentas, é de que 2013 será um ano bom, ou pelo menos melhor do que 2012, para a economia do país.
INVEJA DOS OTIMISTAS
Confesso que saí de todos os encontros envolvido por um sentimento de inveja dos otimistas. O fato é que por dever de consciência e convicção não posso deixar me levar por coisas que não acredito. Daí que não consigo disfarçar: continuo desconfiado de que mais uma vez as minhas previsões vão se confirmar.
REALISTA
Cumprindo o meu dever de crítico responsável preciso -matar a cobra e mostrar o pau-. Vamos, portanto, às razões que me fazem um ser puramente REALISTA. Em primeiro lugar não é possível confiar num país cujo governo é fã e praticante ardoroso do INTERVENCIONISMO. Governo que não confia no mercado jamais logrou êxito algum em qualquer lugar do mundo. A história deixa isto muito claro.
CRÉDITO E CONSUMO
Aqui entre nós e o mundo: o que vem sustentando a economia brasileira, principalmente os empregos, gostem ou não, é: CRÉDITO E CONSUMO. Isto é indiscutível. O governo, como se vê, está apostando todas as suas fichas aí. Quanto mais crédito for concedido, maior o consumo. O que, por sua vez, mantém o índice de emprego elevado.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Como 61% do PIB vem do consumo, o patrimônio líquido dos consumidores (bens adquiridos comparado com dívidas contraídas) já está negativo. Ou seja, os ativos pessoais adquiridos (casa, carro e outros bens) não cobrem o passivo (financiamentos). Como o nível de poupança é baixo, as economias também não cobrem o saldo negativo. E isto, como se sabe, resulta em: 1- diminuição de consumo; ou -2 bolha de crédito.
MOVIMENTO BRASIL EFICIENTE
Se o governo fosse minimamente sério e interessado nos problemas sociais, como demagogicamente grita aos quatro ventos diariamente, deveria fazer reformas capazes de diminuir o seu voraz apetite por impostos. Atenção: cada real de imposto e/ou contribuição que o governo deixa de arrecadar é um real que sobra no bolso da sociedade. Este real é que tem capacidade de sustentar a economia.Mais: como não é sério também não tem compromisso com a eficiência. Mesmo que não queira fazer as reformas poderia simplificar a vida tributária dos brasileiros. Caso aderisse ao programa defendido pelo Movimento Brasil Eficiente (que nada tem de ideológico), em dez anos o Brasil ganharia um PIB inteiro. Pois nem isso parece interessar.Tenho mais razões para manter o meu pé atrás com este tipo de administração. O espaço é pequeno para expor tudo que penso. O fato é, enfim, que a economia brasileira vive de voos de galinha. Aos pulos. Tomara que o governo não adote uma galinha que voe para trás. Aí estamos perdidos.Na próxima semana escrevo de Paris, contando as novidades do importante SIAL - Salão Internacional de Alimentos. À bientôt!