ORIGEM
A Democracia, que teve início como sistema de governo em Atenas, na Grécia Antiga, foi criada com algumas restrições. As mulheres, estrangeiros, escravos e crianças, por exemplo, não podiam participar das decisões políticas da cidade. Hoje, a maioria dos países pratica a democracia como sistema de governo praticamente sem aquelas limitações. E a mais consagrada é a indireta, aquela em que através do voto o povo elege os representantes, para que tomem decisões em seu nome.
FORMALIDADES BÁSICAS
Para que o sistema democrático funcione bem, e o voto se traduza em real melhoria da qualidade de vida e dos anseios da sociedade, antes de receber o título de eleitor o cidadão deveria cumprir duas formalidades básicas: Maturidade e Discernimento. Ambas pressupõem alguma escolaridade. Quanto maior o estudo, mais qualificado será o voto.
PRESSUPOSTOS
MATURIDADE é definida, em tese, pela idade do eleitor. Sabe-se que muita gente leva muito tempo para atingir a maturidade, mas a idade ainda é a maneira consagrada pela lei.DISCERNIMENTO, por sua vez, em tese é a capacidade que cada cidadão tem para entender e propor aquilo que precisa ser criado, ou mudado, para que a União, o Estado e o Município melhore de situação.
TECIDO SOCIAL
Infelizmente, o tecido social do nosso país é formado por uma fantástica maioria de cidadãos incapazes, ou seja, além de imaturos (independente da idade), não tem o mínimo discernimento. Esta triste realidade faz com que a qualidade dos representantes eleitos, pelo voto, seja muito ruim.
CHAVE DA PORTA DO PARAÍSO
Ora, se o povo brasileiro tivesse uma razoável formação educacional já teria se dado conta de que só o direito (aqui é dever) de votar não garante o sucesso do sistema democrático. Já estaria consciente de que o voto nada mais é do que a chave da porta que dá acesso ao paraíso dos privilégios, cujo acesso só é permitido aos representantes eleitos e às corporações públicas que passam a integrar.
ANALFABETOS
Infelizmente, a maior parte dos eleitores, por falta de uma escolaridade decente, não têm maturidade nem discernimento. A maioria só conseguiu o título de eleitor por idade, e não por capacidade de interpretação dos acontecimentos. Por pura safadeza dos políticos, o povo brasileiro é formado por analfabetos (que não sabem ler nem escrever), analfabetos funcionais (que não conseguem interpretar o que acabaram de ler), e analfabetos auditivos e visuais (que não entendem o que acabaram de ver e ouvir). Além de tudo, pacíficos.
CASO RECENTE
Assim, como se vê, fica muito fácil a ação dos representantes eleitos. Espertos, indecentes, safados e com outros adjetivos mais, tratam de se beneficiar das leis que eles mesmo (Legislativo) aprovam. E, em seguida, para os julgadores decidirem com mais presteza tudo aquilo que vai em beneficio próprio, ou de seus amigos que os indicaram para o cargo (Judiciário).
LICENÇA PARA O CHOPP
O caso mais recente, entre tantos, foi divulgado ontem, no Estadão. A notícia mostra a safadeza do ministro do STF, Joaquim Barbosa, que está de licença por recomendação médica, alegando que tem um problema crônico na coluna.
VOTO INCONSCIENTE
A tal dificuldade, como mostram as fotos do jornal, só existe para despachar e estar presente aos julgamentos no plenário do STF. Para marcar presença em festas de amigos ou se encontrar com eles em um conhecido restaurante-bar de Brasília, a coluna não conspira. Esta é a democracia do Brasil, gente. A democracia do voto inconsciente.