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18 set 2009

LONGE DA DEMOCRACIA


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PARA SER NOTÍCIA
Como os ocupantes das cadeiras do Senado continuam sendo alvo de críticas por parte da imprensa, que não para de descobrir falcatruas de todos os tipos, a turma que têm assento na Câmara dos Deputados, querendo voltar a ser notícia arrumou uma forma muito peculiar para chamar a atenção.
CARÁTER REINANTE
Para deixar bem claro qual o tipo de caráter reinante na Câmara, a maioria dos deputados decidiu em plenário, na quarta-feira, que todos os candidatos a postos públicos não precisarão ter ficha limpa junto à Justiça para disputar cargos eletivos.
SÓ FICHA SUJA
No meu entender, para não haver dúvidas, só faltou frisar o seguinte: aquele que porventura apresentar ficha limpa será imediatamente desclassificado. Ou, que o pré-requisito para disputar qualquer cargo é ter ficha suja. Se for muito suja, melhor ainda.
SIMON, O INGÊNUO
O senador Pedro Simon, com a sua cabeça atolada de ingenuidade, chegou a defender a idéia de que só pudesse concorrer nas eleições os políticos com idoneidade moral e reputação ilibada, mas esta tese absurda foi, imediatamente, descartada pelos deputados. Ora, ora, senador Simon...
OUTRO DESASTRE
Agora só falta o presidente Lula sancionar o projeto que vai ficar na história. Caso o faça até o dia 3 de outubro a safadeza vale para a próxima eleição, em 2010. Aliás, falando do Executivo, o presidente Lula também não ficou para trás em decisões desastrosas: ontem, quinta- feira, indicou o advogado-geral da União, José Toffoli, para uma cadeira no STF, e o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para uma vaga no TCU. Em outras palavras: as decisões do Judiciário ficam de acordo com a vontade do Executivo. Que tal?
ISTO É DEMOCRACIA?
Em suma: o Legislativo faz de tudo para mostrar que não admite seriedade; o Judiciário se cala quando o chefe do Executivo resolve indicar próprios amigos e aliados para que façam os nossos últimos julgamentos. Afinal, isto é uma democracia? Os Poderes, no Brasil, são independentes?
RESPOSTA MUITO SINCERA
Ah, os Tribunais de Contas também podem ser considerados independentes e sérios, quando os chefes dos Executivos são os que indicam seus ocupantes, para que examinem as contas de governo? A resposta sincera e sem reparos é a seguinte, gente: O Brasil está longe de ser uma democracia.