WAN
Li, ontem, a entrevista que o diretor-executivo da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-Ifra), Vincent Peyrègne concedeu ao jornal ZH. Como a WAN (World Association Newspaper) tem como propósito -pensar- o futuro da indústria do jornalismo, tratei de ler com atenção o pensamento do CEO da organização que congrega o jornalismo mundial.
CULTURA DA GRATUIDADE
Ao ser perguntado sobre -como viver do jornalismo na época em que a internet criou a cultura da gratuidade-, o francês disse que não existe uma receita universal, mas acha que, para a maioria das empresas de comunicação, a grande pergunta é como substituir as receitas geradas pela propaganda. Porque, no fim das contas, o jornalismo, o bom jornalismo, sempre foi subsidiado.
JORNALISMO MILITANTE
Com o avanço descomunal da internet, que promove um jornalismo independente, Vincent Peyrègne foi perguntado se isto representa um retorno aos tempos do -jornalismo militante e panfletário de suas origens-. Eis a resposta do CEO da WAN:
INDEPENDÊNCIA E NEUTRALIDADE
Jornalismo independente não significa sem opinião. Você pode ter opiniões fortes, ideológica e economicamente, e ainda assim ser independente. Independência não é o mesmo que neutralidade, e neutralidade é um conceito muito subjetivo. Para mim, a sociedade é composta de diferentes visões e diferentes perspectivas, e o jornalismo deveria refletir esses pontos de vista. O que não queremos é o discurso violento, mas é justo dar voz a qualquer tipo de jornalismo na sociedade, e isto é independência.
CONFIANÇA DO PÚBLICO
Outra pergunta: - Se independência não é neutralidade o modo de preservar a confiança do público é abrir suas opiniões?
Resposta: - Sim, claro. Deve ser aberta e articulada, mas há diferentes tipos de jornalismo. Você tem o jornalismo investigativo, o jornalismo de observação, que podem trabalhar juntos na mesma redação. E quando se fala em se engajar politicamente ou em jornalismo tendencioso, está se falando de uma pequena parcela do jornalismo.
ESCASSEZ DE BOM JORNALISMO
Mais: - A confiança a que me refiro é aquela que recai no tipo de serviço que você presta, como você se torna parte da vida de seus leitores. Hoje talvez não tenhamos como dizer que há uma multidão de bons trabalhos jornalísticos sendo feitos, mas não vejo como isso seria diferente de décadas atrás. O bom jornalismo sempre foi escasso, para ser honesto.
JORNALISMO COM LÓGICA
Tomara que a direção do jornal ZH aproveite a entrevista que concedeu a Vincent Peyrègne, pois o que mais se destaca no periódico é o JORNALISMO MILITANTE DE ESQUERDA. Além do enorme contingente de repórteres que comungam do pensamento esquerdista- retrógrado há, também, o elevado e desproporcional número de colunistas amantes do socialismo.
Pergunto: vale a pena pagar para ler o que um grupo de socialistas tem a dizer? Ou é melhor ler, sem custo para os leitores, o Ponto Critico, que só publica conteúdos produzidos, exclusivamente, com lógica de raciocínio?