DIAS CONTADOS
Os jornais impressos estão, irreversivelmente, com os dias contados. Com isso, a próxima geração de pessoas ganhará mais um programa turístico-cultural: visitar parques gráficos das empresas jornalísticas.
JB
No Brasil, o primeiro jornal que deixou de ser impresso foi o Jornal do Brasil, em 01 de setembro. Dando provas de que o jornal não é um bem físico, o JB vai continuar informando, e lido, só que pela via eletrônica digital.
FIM DO PAPEL
Não há dúvida de que todos os jornais daqui e do exterior deverão fazer o mesmo, embora, por algum tempo muitos circularão de forma dupla: impressa e digital. Nos EUA, como a venda de jornais caiu 10,6% entre abril e setembro de 2009, na maior queda desta década, o todo poderoso The New York Times disse que está pronto para publicar notícias exclusivamente em plataformas digitais. Só não disse a data. Ou seja, o fim das edições em papel é irreversível.
MAIORES CUSTOS
Os maiores custos hoje ainda enfrentados por uma empresa jornalística são: pessoal (reportagem e colunistas), papel (incluindo custo gráfico) e logístico (entrega). Sem os dois últimos, o jornal fica muito mais barato, e atual, para quem faz e, principalmente, para quem lê.
ZERO HORA
Infelizmente, a RBS (Zero Hora), cujo jornal está deixando muito a desejar, tanto pelo seu conteúdo provinciano quanto por matérias de qualidade inferior, não está considerando que, a partir da era digital, o custo para fazer um jornal de notícias é o mesmo que tem para fazer rádio e televisão. Com um detalhe: jornal não é concessão pública.
DIREITO DE COBRAR
Ora, considerando que cada jornal tem o direito sagrado de cobrar o que bem entende, cabendo, exclusivamente, ao leitor a decisão de compra, pergunto: por que a RBS resolveu cobrar pela entrega da ZH Digital? Pela lógica vai querer cobrar do ouvinte e do telespectador pelos programas jornalísticos produzidos pela Rádio Gaúcha e RBS TV, por exemplo. Pode?
VERBA DE GOVERNO
A principal razão para que os jornais brasileiros continuem existindo por um bom tempo na forma impressa é a fantástica verba publicitária governamental. Enquanto a participação do governo americano na mídia é de 4%, no Brasil este percentual é de 44%. Ou seja: quem manda na mídia brasileira, portanto, é o governo-anunciante.