PEDIDO INFAME
Na semana passada, o ministro Guido Mantega entrou em contato com o governador de SP, Geraldo Alckmin, para lhe fazer um pedido: adiar o reajuste das tarifas do Metrô paulista para o segundo trimestre, com o propósito de tentar segurar a inflação. Interessante, não?
AGENTE INFLACIONÁRIO
Ora, diante da solicitação cheia de ternura, o governador Alckmin deve ter se colocado em frente do espelho para ver como ficou depois de ter vestido a saia justa que o ministro Mantega acabava de presenteá-lo, por telefone. Deve ter percebido que não atender o pedido basta para ser crucificado, em praça pública, por se comportar como um temível Agente Inflacionário.
FORMAÇÃO DOS PREÇOS DAS TARIFAS
A equivocada intenção do governo federal, de mascarar tudo que pode, é fazer com que o povo e a mídia, principalmente, fiquem felizes da vida quando os reajustes de preços são adiados ou não aconteçam. Mostram, desta forma, o quanto desconhecem que reajustes de tarifas não são causas de inflação, mas a única maneira de enfrentar a elevação dos custos dos fatores que formam o preço das passagens.
DESCONHECIMENTO
Aliás, diante das notícias estampadas pela quase totalidade dos meios de comunicação, de que o governo estaria querendo reajustar o preço dos combustíveis, se tem uma clara ideia do tamanho do desconhecimento do assunto.
DO CONTRA
Para a mídia e, consequentemente, para a população, pouco ou nada importa se o caixa da Petrobrás está sofrendo por não suportar, tanto o custo elevado dos fatores de produção quanto à necessidade de fazer novos investimentos para manter e aumentar a oferta de combustíveis. Basta falar em reajuste de combustíveis para que todos se manifestem, cheios de razão, dizendo que são contra.
INTERVENCIONISMO
Ora, depois da super-intervenção do governo nas empresas de energia elétrica, através de Medida Provisória (470), já se percebe que o governo Dilma não está satisfeito em fazer INTERVENÇÕES EXPLÍCITAS. O telefonema de Mantega ao governador de SP, mostra que vai fazer INTERVENÇÕES INFORMAIS. Que tal?
POBREZA
Pensando bem, quando a presidente Dilma Rousseff afirmou, na última sexta-feira, 18, no Piauí, que seu governo pretende por fim à pobreza extrema antes do fim de seu mandato presidencial, uma coisa me parece certa: quem vai ficar pobre antes disso é o Brasil. Basta ver o comportamento do PIB: enquanto alguns se mostram felizes porque estão melhorando de vida (o que pode ser medido pelo aumento patrimonial), o Brasil não sai do mesmo lugar, uma vez que a economia como um todo não cresce. Assim, neste quadro, se alguém está ganhando, um outro alguém só pode estar perdendo. Simples assim.