PREOCUPAÇÃO MUNDIAL
É indisfarçável o desconforto e a preocupação da economia mundial quanto à possibilidade de um mega-calote de títulos públicos. Principalmente, pelas dificuldades que o presidente dos EUA, Barack Obama, vem enfrentando para conseguir elevar o teto da dívida pública americana.
FALÊNCIA DE PAÍSES
Se o calote das dívidas imobiliárias conseguiu levar vários bancos à falência, agora quem está prestes a falir são os países que gastam muito mais do que arrecadam.O pior é que este tipo de calote pode levar à falência, dependendo do grau de comprometimento da renda poupada, inúmeros detentores de títulos públicos desses governos.
GRÉCIA
O caso da Grécia, mesmo depois que a zona do euro chegou a um acordo para um novo pacote de ajuda, está deixando muita gente preocupada. Sim, porque ao ser fechado o acordo, e o empréstimo concedido, os credores ficaram com a impressão, e o alívio, de que o calote estaria definitivamente afastado.
PREÇO DA LIQUIDEZ
Aí é que mora o engano. O simples fato de ter sido alterada a data de vencimento dos títulos, empurrados para anos à frente, já significa um calote. Calote de prazo. Vejam: o novo prazo estipulado para os títulos públicos, quando negociados no mercado, faz com que ocorra um deságio maior no preço. A liquidez, como se sabe, tem preço.
AVALIAÇÃO DO RISCO
O fato da agência Moody?s ter rebaixado, ontem, o rating da Grécia, também não significa que haverá o calote de pagamento. A agência informa a existência de risco, como foi avaliado, mas não a certeza. Esta só poderá ser eliminada depois do efetivo cumprimento do programa estabelecido pelo BCE e FMI, que o governo grego aceitou.
SUBPRIME
As agências de classificação de risco, para quem não lembra, foram muito criticadas e responsabilizadas pela crise de crédito iniciada nos EUA em 2008. Com toda razão. Afinal, as notas atribuídas aos títulos subprime, que promoveram o estouro da bolha de crédito imobiliário, eram tão altas que os investidores não viam qualquer risco de inadimplência daqueles títulos.
PAPEL CORRETO
Agora, por estarem cumprindo o papel correto de avaliadores e classificadores de risco, ao rebaixar as notas de títulos da dívida de vários países já estão sendo acusadas de intolerantes e fomentadoras de pânico. Pode?Afinal, que papel as agências devem cumprir?