MENSAGENS
Desde os primeiros sinais do desaquecimento da economia global, que dia após dia se mostra mais presente, a cada artigo que escrevo sobre o tema recebo, imediatamente, dezenas de mensagens pedindo mais otimismo sobre o nosso futuro.
FINGIR
De antemão parece ficar claro, pela reação demonstrada, que muitos leitores não foram educados para lidar com a realidade dos fatos. Para esses, notícia ruim sobre qualquer assunto, ao invés de servir de alerta ou promover uma reação firme para tentar neutralizar imediatamente o problema, o melhor remédio é fingir. Basta dizer que tudo vai acabar bem. Maravilha, não?
MUNDO DA FANTASIA
Ora, preferir uma notícia falsa, um diagnóstico errado, imaginando que aí está a chave da felicidade, já evidencia que o mundo parece outro. O mundo da fantasia, onde tudo que é ruim não tem como prosperar.
DEDOS CRUZADOS
É preciso entender que, otimismo puro e simples, como manifestação de vontade, não passa de enorme tolice. Como se alguém que, por não ter gostado do final do filme que assistiu resolve ver a reprise com os dedos cruzados, torcendo por um outro final mais feliz. Ora, vamos lá, gente: só pode ser otimista correto e consciente aquele que sabe quais as ferramentas que dispõe para obter algum sucesso.
LEI DAS PROBABILIDADES
Portanto, todo dito otimista que não calcula ou projeta a mínima probabilidade de ocorrência dos fatos, não passa de um tolo. Um sonhador que depende e acredita excessivamente na sorte. É aquele que arrisca com grandes chances de se dar mal.
CAUSA E EFEITO
Este raciocínio, certamente, da mesma forma e nas mesmas condições, vale para o pessimismo. Portanto, otimismo sem conhecimento de causa e efeito é coisa de sonho de desesperados, que recusam aceitar e conhecer a realidade.
REFORMAS
Aos caros leitores que gostariam, como eu, de ver o Brasil sair desta crise com um mínimo de arranhões, proponho que façam aquilo que mais tenho feito: exijam, já, as reformas da Constituição (sempre adiadas), as quais são agora mais do que necessárias. Neste momento sério só uma grande manifestação popular, inteligente e objetiva, exigindo menos desperdicio de dinheiro dos contribuintes é o que poderia trazer algum otimismo. Venho pregando esta oração desde o primeiro artigo, há sete anos. Ou seja: sou, sim, um otimista responsável. Sei por onde poderemos ter algum sucesso. Isto não pode ser confundido com pessimismo. O que me faz pessimista é a real passividade, onde muitos brasileiros se comovem pedindo paz no Conflito de Gaza, e jamais se manifestam para exigir uma postura decente, honesta e mais justa por parte dos nossos governantes.