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25 ago 2010

EXEMPLO DA FALTA DE LIBERDADE


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PRESÍDIO
Diante da minha insistência de que a liberdade está ficando cada dia mais escassa no nosso país, muitos leitores têm enviado mensagens perguntando onde está, realmente, a tal falta de liberdade que tanto me refiro. Esta pergunta dá uma clara impressão, para muita gente, de que ser livre é tão somente não estar atrás das grades, num presídio.
ACOSTUMADOS
Por aí percebo que a minha comunicação ainda é muito falha. Para esses incrédulos, os exemplos de supressão da liberdade não produziram o devido efeito. Como se os grilhões fossem invisíveis aos olhos dos acostumados a tudo que não podem fazer.
TÁXIS EM PORTO ALEGRE
Ontem, depois de ter lido uma notícia, informando que Porto Alegre manterá a atual frota de táxis para a Copa do Mundo de 2014, percebi que ali estava mais uma manifestação pública da nossa falta de liberdade. Observem só e tirem suas conclusões:
NÚMERO SUFICIENTE
As autoridades (?) que foram consultadas pelo jornal garantem (como se fossem seres celestiais) que os 3.925 veículos em circulação, o mesmo número desde 1973, serão suficientes para atender ao público durante o Mundial.
CARTÓRIO
Perceberam a falta de liberdade? Quem deveria ditar a quantidade de táxis em cada município é o mercado. Nenhuma autoridade deveria ter este poder totalmente discriminatório. Até porque ninguém pode ser impedido de trabalhar, ou investir, naquilo que mais gosta, quer e tem competência.
PELA CONCORRÊNCIA
Se um cidadão quer ser taxista é porque está disposto a entrar no mercado e disputar o mesmo com os demais. E, se o prazer não corresponder ao esperado, cabe exclusivamente a ele desistir. Toda atividade que o governo decide quem e quantos podem trabalhar é cartorial. Afinal, porque razão uma pessoa que preenche as condições necessárias para ser um profissional, devidamente capacitado, não pode comprar um veiculo, pagar a licença municipal e ir à luta?
VANTAGEM CARTORIAL
Quando uma licença municipal, para qualquer atividade, é concedida, as taxas cobradas entram nos cofres públicos. Em atividades cartoriais, não. Afinal, quando um cidadão só entra no mercado de trabalho depois de adquirir a licença de alguém já estabelecido, quem fica com o valor da licença (e o ágio pela reserva de mercado) é o vendedor e não o município.Este é mais um exemplo da falta de liberdade no Brasil. Quem sabe, a partir desta exposição consigo melhorar a minha capacidade de esclarecer e comunicar.
O DONO DO CARTÓRIO
Se alguma dúvida ainda pairar sobre o assunto, o presidente do Sindicato dos Taxistas acaba com ela. Ele disse que, em Porto Alegre, o número de taxis está de bom tamanho. Ele é, como se vê, a grande autoridade. O dono do cartório.