TERCEIRO MUNDO
Alguns países europeus, como Portugal, Espanha, Irlanda, Itália e Grécia, principalmente, antes da formação da União Européia eram considerados à boca pequena, pelos mais desenvolvidos, como terceiro mundistas. Na condição de participantes de primeira hora da União Européia, o recém criado Banco Central Europeu passou a aportar recursos imensos a todos os países-membros. Assim, o Bloco passaria a contar com uma infra-estrutura padrão-europa. Paralelamente, todos assumiram o compromisso de obedecer algumas regras básicas, para não prejudicar as contas públicas da Comunidade.
ECONOMIAS COMBALIDAS
Agora, pelo que estamos assistindo, alguns países não saíram do terceiro mundo, onde a responsabilidade com os gastos públicos inexiste. Tiveram a grande oportunidade para corrigir seus defeitos, aliás, muito parecido com países latino americanos, mas, por índole, ou cultura, continuaram praticando as mesmas loucuras do passado, deixando suas economias muito combalidas.
ARREPENDIDOS
Não se descarta a hipótese de que, diante da encrenca que a União Européia como um todo está metida, o trio formado por Inglaterra, Alemanha e França, principalmente, deve estar muito arrependida por ter admitido gente tão irresponsável para integrar, posteriormente, também a zona do euro.
PONTES DESTRUÍDAS
Até porque o ingresso no Euro, como se imaginava, é um caminho praticamente sem volta. Depois de atravessar a ponte, ela própria e a moeda do país admitido na zona são destruídas. Mesmo que as metas de déficit público deixem de ser cumpridas, como é o caso de Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, dificilmente os países descumpridores serão expulsos.
CAIXA ALEMÃO
Fala-se muito da Grécia, mas a contaminação já adoeceu vários países. O que, entretanto, faz da Grécia o mais comentado de todos neste momento é a estupidez. Os gregos não aceitam cortar salários como forma de atingir um maior rigor fiscal para tentar conter sua crise econômica. É aí que a coisa pega. Afinal, não há a mínima possibilidade de convencer o povo alemão, maior financiador, que o caixa formado por suas contribuições tributárias seja usado para ajudar quem não quer se ajudar.
MORATÓRIA
O fato é que a crise financeira da Grécia, país de apenas 11 milhões de habitantes, está complicando a economia mundial. Começando pela União Européia, onde não se descarta a moratória por parte de vários países.Investidores do mundo todo, que não perceberam antecipadamente o tamanho do risco, estão agora em pânico. Daí a razão para que, antes de olhar para a taxa de juro é melhor olhar, com todo cuidado, para a taxa de risco-país. É por ali que deve passar a decisão de investimento.
INFANTIL
Resumo: como é muito improvável que qualquer país europeu caia fora da zona do euro, o que resta é o seguinte: ou o BCE ajuda, ou o calote é irreversível. Como não há dinheiro suficiente para todos, muito menos na quantidade exigida pelo tamanho dos rombos, muitos investidores vão ficar bem longe da Europa.Por consequência vão ficar longe dos bancos que emprestaram dinheiro a esses países, pois as perdas, iminentes, podem levar a uma nova crise de crédito. Bem maior do que a anterior-recente. Notem que a Grécia está pedindo até 45 bilhões de euros a título de emergência. Como a necessidade, para sair da encrenca, vai além dos 100 bilhões de euros, a pedida inicial é simplesmente ínfima, infantil.