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09 fev 2009

ENTRE A PREVISÃO E O AVISO


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PREVISÕES
Fazer previsões muito alvissareiras sobre o comportamento da economia, no momento em que estamos diante de uma crise, cujas proporções ainda não são muito conhecidas, é uma temeridade. Qualquer numero que venha a ser projetado inspira sentimento de pouca ou nenhuma credibilidade.
NOVOS NÚMEROS
Diante do quadro atual, onde as tormentas estão dificultando uma visão mais clara do que está à nossa frente, e aos nossos lados, ficar imaginando que o PIB vai crescer neste ano é algo precipitado. Observem que, dia após dia, neste início de 2009, novos números cada vez menos alentadores vem sendo divulgados. O ultimo, por exemplo, já é de 1,7% de crescimento.
AVISO
É por isso que, desde que a crise mostrou suas garras, em meados de 2008, evito fazer previsões. Tenho me dedicado muito mais em dar avisos sobre a gravidade da crise e a certeza de que ela nos atingiria. Tais avisos foram, infelizmente, interpretados, muitas das vezes, como um excesso de pessimismo de minha parte, coisa que já mostra ter sido um equívoco dos meus críticos.
PROTEÇÃO
Gente, quando estamos em guerra, para usar um exemplo, é irrelevante prever a quantidade de bombas que serão lançadas sobre nossas cabeças. O importante é avisar quando estão sendo lançadas, para que todos se protejam. Dizer (ou escrever), portanto, que a crise é grave e que as conseqüências serão sérias, não se trata de fazer previsão, mas de dar avisos para que busquemos mais segurança.
BUNKER
O Brasil não precisa construir bunkers para se proteger desta guerra econômica. A melhor proteção, para crises do tipo, é baixar custos e fazer o máximo de investimentos possíveis. Assim, além de evitar maiores estragos, prepara o caminho para quando a crise arrefecer. E quem melhor estiver preparado, lá adiante, melhor vai poder tirar proveito.
REFORMAS
Pela enésima vez, sem medo de falsas interpretações, vou dar o velho aviso, que venho gritando há vários anos, sobre aquilo que o Brasil precisa fazer mas faz e não quer: precisamos de reformas na Constituição. Principalmente no que diz respeito ao Trabalho, Previdência, Tributos, Fiscal e Política.
DEMOCRACIA
Junto com as reformas, melhor seria se pudéssemos dotar o Brasil de uma efetiva democracia. Seria espetacular se houvesse uma forma de acabar, definitivamente, com a ditadura das corporações, que desde o período do Império sempre fizeram do o povo um refém de suas sátiras e do mais puro masoquismo. Mas aí é pedir demais, não?