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03 jan 2007

ENTRE A INDIGNAÇÃO E A INTOLERÂNCIA


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LIMITE
O ano de 2006, ao que tudo indica, foi o ano em que a sociedade brasileira pode ter estabelecido o limite entre a indignação e a intolerância. Depois de sofrer com todos os tipos de violência urbana, falcatruas de políticos e safadezas generalizadas, o povo brasileiro imaginava que a simples denúncia ou descoberta dos crimes já seria o bastante para que tudo voltasse a entrar nos eixos da boa conduta.
TAMANHO DA INDIGNAÇÃO
Como nada disto aconteceu, a indignação foi aumentando. E o seu tamanho passou a ser observado e registrado com muito mais vigor através deste poderoso instrumento que é a Internet. E foi em 2006 que as reações mais se multiplicaram. Aí foi possível observar o enorme repúdio a todo o tipo de insegurança e malvadezas promovidas por vários setores que se apropriam da renda das pessoas.
MEROS DESABAFOS
Mas, só ficar indignado, como se sabe, não basta. Os espertos-safados, muito conscientes de que só gritaria não significa coisa alguma, não deram a mínima bola para as manifestações escritas. Perceberam que, assim como os cães não mordem enquanto latem, tudo não passaria de meros desabafos. Faltava no processo, a organização, o comando para a ação contra os desmandos e as perdas.
MAIS IMPOSTO, NÃO!
Felizmente, para nós todos, tudo tem limite. E o primeiro limite da ultrapassagem da indignação para chegar à intolerância, aconteceu no RS. O povo gaúcho (como todos os brasileiros) vem suportando, porém indignado, a muita coisa, mas reagiu com força ao pretendido aumento de impostos pelo governo. Ou seja, tudo pode ainda estar na fase da indignação, mas imposto maior passou a ser intolerável.
O MEDO DE REAGIR
O caso da violência urbana, da insegurança pública, que é tão insuportável quanto mais impostos, ainda conta com um agravante sério: o medo de reagir. Mas podem estar certos de uma coisa: tal qual no velho oeste americano, o povo ainda vai participar, com coragem, reagindo aos bandidos. Falta pouco, mas é certo que isto ainda vai ocorrer.
EXPECTATIVA
Vou partir do pressuposto de que Yeda tenha aprendido esta primeira lição. A lição de que imposto não pode ser aumentado. Pode até haver espaço para outras atitudes que ainda estão na fase da indignação, mas com uma certeza: não será por muito tempo. Que 2007 seja um ano de muito mais manifestações. E que tudo se transforme em reações objetivas. Com Internet e tudo o mais.