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09 out 2009

ENTRANDO NO ANO 9


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EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO
Esta é mais uma Edição de Aniversário do PONTOCRITICO.COM, que neste domingo, 11/10, completa oito anos de existência. Assim, a partir de hoje, com pequena alteração na capa, uma nova contagem das edições se inicia, entrando agora no seu Ano 9.
GRANDE INSPIRADOR
Como de praxe, desde a publicação do primeiro Ponto Crítico, lá em 11/10/2001, faço questão de prestar a minha homenagem ao brilhante liberal, Roberto Campos, cujo falecimento, ocorrido dois dias antes, 9/10, serviu como mote para a criação e desenvolvimento da e-opinion.
O ESTADO ESSENCIAL
As notas de Roberto Campos nunca saem de moda, principalmente porque o Brasil insiste com velhos problemas. Basta observar que, mesmo com a crise financeira mundial, a turma do PT e outros equivocados ainda continuam ignorando o pensamento lógico, ao confundirem o Estado mínimo com Estado eficiente.
EFICIÊNCIA
Este esclarecimento de situação foi uma das grandes batalhas promovidas por Campos. A confusão, dizia o liberal, está entre a necessidade de desinchar o Estado e o aumento da sua eficiência. Como o economista John M. Keynes se notabilizou pela defesa da intervenção do Estado na economia, e muitos países aplicaram à risca a sua receita nesta crise financeira mundial, Lula & Cia ficaram eufóricos. E saíram cantando aos quatro ventos, cheios de razão, dizendo que o Estado não pode ser mínimo. Uma bobagem e tanto, certamente.
KEYNES
O economista americano do século passado, certo ou errado, defendia sim a tese de que, em períodos de crise, o Estado deveria entrar como investidor em obras de infra-estrutura. E justificava a idéia dizendo que o propósito seria de manter empregos e estimular a economia.Embora o custo teria reflexo nas contas públicas, com rombos fantásticos, Keynes deixava claro que não defendia, em hipótese alguma, o gasto de dinheiro público em despesas correntes, como Lula está fazendo. Pior: Lula está impondo a sua vontade aprovando leis praticamente irrevogáveis, o que torna o Estado refém de seus equívocos.
DESCALABRO
Diante desse descalabro, pouco identificado pelo fato de estarmos mais à margem da crise do que muitos países, é bom rememorar o que Roberto Campos disse, em 19 de outubro de 1999: - Considero-me insuspeito para falar, por ter sido sempre severo crítico da ineficiência endêmica, do clientelismo e do corporativismo do setor público brasileiro, e por minha preferência pela racionalidade do mercado como mecanismo de alocação dos recursos produtivos.
ESTADO INCHADO
O Estado brasileiro foi inchando e se deformando, ao longo do tempo, por conta da natureza do processo político do país. Isso acontece com frequência nos países subdesenvolvidos, e não raro, nos ? emergentes - e/ou - em transição- , como é fácil de entender. Neles as carências são proporcionalmente mais intensas, e o poder da máquina pública se torna especialmente importante, tanto para distribuir benesses como para arbitrar disputas distributivas.
SOLIDARIEDADE INVERTIDA
Vejam, por exemplo, o que acontece na Previdência Pública: o déficit crescente continua muito grave sem que nada seja feito para conter o rombo. Uma prova de que no Brasil existe uma enorme IMPREVIDÊNCIA por parte de gerações de clientelismo político, coroado pelo carnaval de benesses da Constituição de 1988. Isso num tempo em que o alongamento da vida média e a expansão de benefícios aumentavam a carga de compromissos futuros. Ou seja, a reforma da Previdência é assunto pra lá de urgentíssimo, não só sob o aspecto fiscal, mas de justiça social, pois é um sistema de solidariedade invertida.