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20 mai 2010

ENCOLHIMENTO GLOBAL


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TRAGÉDIA
Quando o planeta Terra foi sacudido pelo estouro da bolha das hipotecas -subprime-, nos EUA, a sensação foi péssima. E quem melhor espelhou a tragédia não foram as fisionomias abatidas dos investidores, trabalhadores e consumidores. Foram as Bolsas, através das quedas sistemáticas e constantes dos índices à vista e futuro.
DÍVIDA PÚBLICA
Diante do desespero e da má perspectiva, vários governos, como se viu, trataram de socorrer seus sistemas financeiros injetando recursos públicos nos bancos insolventes. O resultado dessa manobra, coisa bem conhecida, é que a dívida do sistema financeiro virou dívida pública, produzida pelas emissões de títulos governamentais.
NAS CONTAS PÚBLICAS
A partir daí os mercados se acalmaram e os índices buscaram recuperação, dando uma falsa impressão de que a encrenca chegara ao fim. Um equívoco e tanto. Como as dívidas não somem antes da quitação, os recursos usados para ajudar o sistema financeiro de cada país apareceu, obviamente, nas contas públicas, pelo endividamento.
RELAÇÃO DÍVIDA/PIB
Considerando que a atividade econômica mundial encolheu em 2009 em função da crise, a relação dívida PIB de inúmeros países foi às nuvens. Em dose dupla: pela queda brutal da atividade econômica e pelo aumento brutal da dívida. Esta ficha, entretanto, só veio a cair mesmo nas últimas semanas. Depois que muitos dos países (europeus) demonstraram impossibilidade para resgatar os títulos que haviam emitido.
CONTAMINAÇÃO
Começando pela Grécia, mas dando um claro recado de que dezenas de outros países já estavam fortemente contaminados pela mesma doença: sem caixa, e sem crédito internacional e nacional, para fazer o caixa.
ENCOLHIMENTO
Depois que a ficha caiu de fato, tudo ficou bem claro: muitas economias importantes vão encolher. Não por pessimismo, mas simplesmente porque não há milagres. O encolhimento começa pela restrição ao crédito. E, com menos crédito as atividades encolhem. Menos atividade significa menos renda, menos consumo, menos empregos. Consequência: menor arrecadação de impostos.
ORÇAMENTOS
Considerando que os governos precisam de recursos para satisfazer seus orçamentos mínimos, independente de cortar despesas como muitos até já anunciaram, ainda vão precisar aumentar os impostos. O que impõe, por sua vez, um crescimento ainda mais lento das economias.
GASTOS PÚBLICOS
O Brasil, por ora, como vem afirmando o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está bem preparado para enfrentar uma possível piora da situação macroeconômica na Europa e um hipotético contágio a outros países. Só faltou dizer que precisamos ter melhor controle dos gastos públicos, coisa que os nossos políticos não suportam e nem querem ouvir.