Artigos

07 mai 2010

EM RITMO DE PÂNICO


Compartilhe!           

FIO DA NAVALHA
Diante da colossal desconfiança que tomou conta das economias da maioria dos países mais desenvolvidos, aqueles que praticamente sustentam a economia mundial, não há como apontar um porto muito seguro para qualquer investimento.
PISCAR DE OLHOS
Esta nua e crua realidade deixa bem claro que o risco anda à solta em todos os cantos do mundo. Até nos países que neste momento gozam de uma maior confiança, como é o caso do Brasil, a alegria pode se transformar em tristeza num simples piscar de olhos.
RECUPERAÇÃO LENTA
Hoje, como se sabe, a crise não está só na Grécia. A economia européia como um todo já deu entrada na UTI, levada pela desconfiança do sistema financeiro e pelo enfraquecimento do euro. Como os títulos emitidos pelos governos do Bloco somam mais de 3 trilhões de euros é inegável que a recuperação, quando começar, será lenta além de muito onerosa para os cidadãos da UE.
PERDAS PARA TODOS
Ora, diante de uma situação tão complicada, e pela grandeza dos envolvidos na economia mundial, ninguém sairá vencedor. Todos vão perder. Alguns mais outros menos, mas a perda é certa e inevitável. O Brasil, queiram ou não, também vai sofrer.
PÂNICO
Vejam, por exemplo, o que aconteceu ontem, aqui no Brasil, com o câmbio. No pânico, o dólar teve demanda acentuada e o real, por consequência, se desvalorizou muito. A depreciação chegou a atingir mais de 5% com volumes extraordinários negociados durante toda a jornada. Pânico.
INVERSÃO DE TENDÊNCIA
Observem, por exemplo, o comportamento do dólar futuro. Como até dois dias atrás a tendência era de queda, muitos exportadores estavam vendidos em dólar, corretamente, para proteger o caixa contra a apreciação do real. Ontem, porém, a tendência se inverteu. Esta inversão de tendência aumentou o fogo dos compradores. Todos queriam zerar, imediatamente e a todo custo, as posições anteriormente vendidas.
RISCO-BRASIL
Junto com o dólar, o índice que mede o risco-Brasil, também em ritmo de pânico, subia impetuosamente. Atenção: é aí que se mede o tamanho da crença ou descrença numa economia. E o risco-Brasil, para quem não acompanhou, teve alta de 10,23% só no dia de ontem, depois de altas importantes nos últimos dois dias.Por mais que muita gente esteja vibrando e feliz com o real progresso econômico do Brasil a hora é de colocar a cabeça no lugar e não se deixar levar por emoções fortes. Afinal, o tal progresso econômico atual está limitado, tanto pela nossa pobre infra-estrutura quanto pelo baixo nível de educação dos brasileiros.